ÁFRICA PROFUNDA NO REINO DE SUA MAGESTADE

Deixamos a República de Moçambique e entrámos nas terras de Sua Magestade Mswati III. 
O destino era Hlane Royal National Park e o objectivo, passar um fim de semana diferente, castiço, genuíno. Nós e um casal amigo.

Crânio de Kudu.
A viagem no sentido de Simunye é curta e diferente. A África que vai desfilando pelos nossos olhos é verde e montanhosa. A Suazilândia é conhecida como sendo a Suíça de África. Os campos de cana de açúcar e as enormes plantações de ananases mostram-nos o desenvolvimento possível em terras pobres. 

Hlane Royal National Park é um parque habitacional de eco turismo e pertence a um grupo de três reservas de caça da Suazilândia.  Dentro deste, existem mais dois: o Ndlovu Camp e o Bhubesi Camp.

A nossa opção recaiu sobre o Ndlovu Camp. Porquê? Porque era típico e tradicional, porque era ecológico, porque não tinha electricidade e porque se situava à beira do lago onde os animais de grande porte matam a sede. Em tudo diferente do habitual.

Paisagem do lago
À chegada ao lodge, eis que nos saúda a senhora Avestruz.  Mais à frente e no lago, também dois hipos sopravam como que a saudar a nossa chegada. Um grande passarão também lá estava matando a sua sede. E as impalas e os javalis passeavam por ali sem receio da nossa presença. A cerca rudimentarmente edificada bastava para delimitar os territórios.
Senhora Avestruz
Ainda cedo para fazermos o check in e já na hora de almoço, aproveitámos o grande espaço verde e as mesinhas de madeira para piquenicar. O self catering do lodge obriga a uma logística alimentar por parte dos visitantes, mas nada faltou neste repasto ao ar livre. 

Passadas as formalidade de ingresso fomos conhecer a nossa "cotage". Quiz o destino que nós os três ocupássemos uma casa com capacidade para oito pessoas!! Dois quartos, uma sala, uma cozinha, um wc e por cima um open space com quatro camas individuais. Redonda, com telhado de colmo e muito rústica, esta casinha castiça albergou-nos durante uma noite. A nós e a mais quatro louva-deus, cinco osgas, uma aranha, uma borboleta, várias moscas e uma lagartixa bebé. África em toda a sua pureza!

Cotage
Área de lazer
Espaço envolvente
Como a tarde estava ainda no seu início usufruímos de um dos passeios que o lodge nos disponibilizava: um safari pelos arredores. 
Jeep de safari
Trilho 
A caça é pouca e já muito vista por nós. Só os rinocerontes brancos animaram a malta. Confesso que já fiz safaris muito melhores e com muito mais caça, mas a persistência do nosso guia para vermos leões (sem sucesso!) e algumas saídas do trilho habitual que nos deixaram apreensivos, fizeram com que fosse um safari diferente. Até a minha criança opinou: "já tivemos guias melhores!"

Elefante ao por do sol
No regresso ao lodge, os candeeiros-lanterna de parafina eram a única iluminação existente dentro e fora de casa. O jantar, foi no restaurante do lodge, único parque que oferece este serviço. Apesar de ter sido marcado previamente, não estavam a contar com a nossa presença, mas lá fizeram o favor de nos matar a fome. A luz da parafina deu, ao jantar, um ambiente diferente. Também a senhora Coruja apareceu para nos saudar.   

E após algum tempo de conversa regressámos aos nossos aposentos "reais" para uma noite dormida na natureza e ao som dela. 

Domingo amanheceu com chuva, mas os charcos depressa secaram pois o sol apareceu com a sua força habitual. O cheiro a terra molhada evaporando ao calor dos raios é algo que só ali se sente. A passarada estava activa, os gafanhotos dançavam por entre as poças de chuva, o senhor caracol gigante decidiu dar um passeio, as osgas abrigaram-se da luz e um pássaro decidiu bicar a vidraça da nossa janela em jeito de despertar.
Caracol gigante
Mais uma vez a mesa foi posta cá fora e o pequeno almoço tomado no campo. Ao longe também a família de javalis veio mata-bichar. O check out aproximava-se e impunha-se a escolha de um destino antes do regresso a Maputo. O Ndlovu estava visto e explorado.

Estrada fora fomos até ao Vale de Ezulwini.  O Royal Swazi SPA foi uma lufada de ar fresco no nosso fim de semana "natural" e um ingresso na civilização digna de um rei.

Royal Swazi SPA
Royal Swazi SPA
O espaço é soberbo. Edificado com classe, envolve-se por montanhas, arvoredo e campos de relva fofa e verdejante. O nosso almoço foi à beira da piscina. Apesar da confecção não ser digna de Reis, foi muito agradável toda a envolvente.

Royal Swazi SPA

E às 15h iniciámos o regresso. 
Três horas e meia de viagem e estávamos em terras já nossas conhecidas e não menos belas.

Foi um fim de semana diferente e em boa companhia.

CSD

Comentários

  1. Esse passeio com essa "bicharada" estava mesmo bom para mim...
    Um abraço
    MATS

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