NAMAACHA
A Vila da Namaacha fica a cerca de 72 quilómetros de Maputo e já merecia uma visita. É um passeio curto e que tem tudo para ser diferente. A orientação desta feita obrigava-nos a rumar no sentido da fronteira com a Suazilândia.
Com amigos acabadinhos de chegar de Portugal e que em tempos idos já muito tinham dado a este belo Moçambique, impunha-se uma visita num misto de recordação e redescoberta.
A saída fez-se num dia de Domingo, nublado e fresco. Feita a 24 de Julho, passou-se a rotunda da Toyota (16 de Junho) e seguiu-se em direcção à Matola. Esta cidade tem todo o seu progresso a aflorar a olhos vistos. De subúrbio, a Matola vai-se erguendo firme, para num futuro próximo ser a zona nobre de Maputo.
A estrada boa e calma embrenhou-nos numa paisagem nova de montanhas, colinas, planícies e planaltos. Dominava a cor verde das savanas e das árvores baixas. Os olhos cansados de ver terra plana, consolaram-se com a visão de serras e montanhas que lembram o nosso belo e fresco norte de Portugal.
Caminho fora, fomos vendo muito gado pastando descontraidamente numa terra esquecida no tempo e no cimo da montanha algumas pedreiras aflorando o progresso. Ao longe e à nossa esquerda uma vasta mancha de água pertencente à Barragem dos Pequenos Libombos. È daquela obra majestosamente portuguesa que saem os litros de água que abastecem a Cidade e Maputo.
Com cerca de metade do caminho feito, eis que toca o telemóvel. Um casal amigo que ao cruzar-se na mesma estrada decidiu inverter a marcha e acompanhar-nos nesta visita à Namaacha.
Banana-maçã |
Estrada fora, as papaieiras, os mangais e as enormes plantações de bananeiras vão-se sucedendo, lembrando-nos a cada quilómetro a enorme fertilidade desta terra. As localidades vão-se desfilando: Boane, Mafuiane (e a sua enorme fábrica de coral), Impaputo e Mandevo, Germandine e finalmente a Vila de Namaacha.
Conhecida como a Sintra Portuguesa, a Namaacha apresenta-se-nos como uma vila muito simples tendo como grandes atracções o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, o Hotel dos Libombos e a Cascata.
Chegámos perto da hora de almoço e por isso decidimos rumar direitinhos ao Hotel dos Libombos. Um hotel simples mas limpo e bem mobilado. Ao lado está o casino. A piscina, situada nas traseiras tem como paisagem casas modestas num ambiente triste e sem vida.
CSD
Conhecida como a Sintra Portuguesa, a Namaacha apresenta-se-nos como uma vila muito simples tendo como grandes atracções o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, o Hotel dos Libombos e a Cascata.
Estátua de Nossa Senhora de Fátima |
Chegámos perto da hora de almoço e por isso decidimos rumar direitinhos ao Hotel dos Libombos. Um hotel simples mas limpo e bem mobilado. Ao lado está o casino. A piscina, situada nas traseiras tem como paisagem casas modestas num ambiente triste e sem vida.
O buffet tradicional dos Domingos ainda não estava pronto, o que nos possibilitou uma visita ao Santuário muito perto dali. A simplicidade da fé é uma evidência. Mas para quem peregrina, a grande estátua de Nossa Senhora de Fátima que se eleva no meio da praça, é uma bênção. A igreja é também modesta e apesar de fechada, é permitido ao visitante a entrada e uma oração no gradeamento.
Igreja de Nossa Senhora de Fátima |
Já no hotel, degustámos um excelente buffet. A minha escolha deteve-se numa mão de vaca com grão muito bem confeccionada, mas a variedade era muita. 600 meticais por pessoa foram bem empregues.
À saída mais um grupo de amigos chegava para o almoço, comprovando a teoria de que Maputo é de facto muito pequeno.
Findo o repasto, decidimos ir explorar a cascata.
A chuva que ameaçava começou a fazer-se notar, mas não foi suficiente para nos dissuadir. Iniciámos uma descida de 10 minutos por estrada semi alcatroada. Apesar do alcatrão, os grandes buracos que se atravessavam no nosso caminho aconselhavam um todo o terreno. A descida fez-se num ambiente de frescura e humidade reconfortantes, tendo por companhia o curso do rio. A chegada à cascata foi uma decepção. Apesar da época das chuvas já se ter iniciado, as gotas caídas durante o mês de Outubro ainda não tinham sido suficientes para engrossar o caudal do rio e embelezar a cascata. Um simples fio de água escorria pedra abaixo. A lagoa circundante não convidava à banhoca sempre possível, mas conseguimos imaginar um verdadeiro dia de verão à beira de uma cascata poderosa. Teremos de voltar.
Cascata da Namaacha |
O frio húmido fazia-se notar e as gotas de chuva engrossavam a cada minuto. O regresso impunha-se. Pela mesma estrada calma fomos parando e comprando papaias e bananas-maçã, muito em conta.
Regressámos a Maputo sem sobressaltos e satisfeitos por mais uma redescoberta.
Regressámos a Maputo sem sobressaltos e satisfeitos por mais uma redescoberta.
CSD
Mais um magnífico apontamento de reportagem (que só hoje li?!) CSD. Gostava que escrevesse sobre costumes locais particulares de Moçambique,festas ou cultos, enfim que nos permitisse avaliar um pouco mais o ambiente cultural do povo... Parabéns
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