CIDADE DE CIENFUEGOS
Mais uma excursão com partida de Havana. A alvorada foi dura. A passagem do mini bus Gaviota pelo hotel estava marcada para as 5h30m da manhã. O caminho era longo e haveria mais recolhas de passageiros a fazer. Desta feita franceses, que se juntaram a nós na sua altivez caracteristica!
Lá fomos andando, com o amanhecer a despontar nas janelas em movimento, enrolados ainda nos últimas horas de sono. A primeira paragem foi para o "desayuno" e o relógio marcava 8h45m! Piá Cuá foi o sitio escolhido para receber turistas. Um edifício de colmo, inserido numa paisagem tropical, com uma decoração "réptil" muito interessante.
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Piá Cuá
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Piá Cuá - Falta a bandeira mais linda! |
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Piá Cuá |
Já com o estomago reconfortado, regresámos à estrada para desbravar mais uns quilometros em direção a Cienfuegos. Pelo caminho o nosso guia Rolando surpreendeu-nos com um português quase perfeito e com um conhecimento da nossa história fora do normal. Desde a criação de Portugal, a Salazar e até à revolução dos cravos como um exemplo para o mundo, Rolando, um cubano de gema, tudo sabia. Foi muito bom ouvir a nossa língua e história lá longe. Os franceses abismaram-se!
E Cienfuegos? Esta cidade é um dos princiapis portos de Cuba e um importante centro comercial de plantação de cana de açúcar. Pelas 10h15m entrámos na Praça Central Fernando VII para uma visita a pé pelos monumentos mais emblemáticos desta cidade que preserva um dos centro urbanos mais homegénios de Cuba. Tudo respira França do século XIX. Na realidade, esta cidade foi fundada em 1819 por um emigrante francês de seu nome D'Clouet.
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Bahía de Cienfuegos |
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Cidade de Cienfuegos |
Considerada "a pérola do sul de Cuba", Cienfuegos é uma cidade aberta ao mar, estendida na maior baía natural de Cuba. A atmosfera marítima e a tranquilidade que se respira fora das multidões fez com que em 2005 fosse declarada Património Mundial pela UNESCO.
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Parque José Martí |
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Museu das Artes Palácio Ferrer (esq) e Casa da Cultura Benjamim Duarte (dit) |
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Teatro Tomás Terry (rosa) e Paláco do Governo (amarelo) |
Tomás Terry y Adán foi sem dúvida uma das personagens de maior destaque desta cidade. Descendente de uma familia com raizes hispano-irlandesas, este financeiro e comerciante cedo chegou a Cienfuegos, no ano de 1825. Acumulou fortuna com os seus negócios no comércio marítimo, empéstimos monetáros e mais tarde, com a compra e venda de escravos. Reza a história que os traficantes de escravos encontravam alguma dificuldade na venda destes seres humanos que chegavam enfermos e cadavéricos. Terry "adquiria-os" a preços irrisórios, tratava-os e depois então vendia-os com um retorno muito lucrativo. Um dia, abençoado dia que amanheceu em consciência, arrependeu-se e duou grande parte dos lucros deste negócio pouco cristão à comunidade. Em agradecimento foi erguido um teatro em seu nome.
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Teatro Tomás Terry |
O Teatro Terry foi construído em 1890 e é um dos grandes oito teatros da Cuba Colonial. Infelizmente Tomás Terry nunca o viu pois faleceu em 1886. Hoje este teatro é uma pérola perdida numa cidade pouco povoada mas com um imenso brilho.
Seguiu-se um passeio turistico de comboio pelos pontos principais. Pelo Paseo Del Prado, entrámos no distrito de Punta Gorda, uma marginal pejada de edificios de Art Nouveau, onde a modernidade dos anos 20 está bem presente, assim como o estilo árabe. Muito bonita.
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Catedral da Imaculada Concepção |
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Malecón de Cienfuegos |
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Edificio árabe |
Seguiu-se o almoço no Clube Naval, um espaço muito bem delineado e com vistas surpreendentes para um mar sem fim. A comida, deixa a desejar, mas vale pelo enquadramento e quando assim é, tudo se perdoa!
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Clube Naval |
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Playa de Cienfuegos, no final do Malecón |
E a meio da tarde impunha-se a partida. Mais 1h30m de caminho em direção a Trinidad, cidade fundada em 1514 por Diego Velázquez. Para trás fica Cienfuegos, uma das cidades cubanas que mais me surpreendeu pelo empenho na sua preservação e conservação arquitetónica.
CSD
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