A AVENTURA DO CHECK-UP

As revisões anuais ao nível da saúde são fundamentais nos dias que correm e quando se atinge uma idade redonda  (como é o caso!), mais ainda. Posto isto, decidi fazer o check up num dos mais fiáveis centros hospitalares da cidade de Maputo. Uma aventura com graça, que passo a contar.

As duas consultas necessárias foram marcadas previamente, como convém. Na véspera, e através de chamada telefónica fui informada de que a segunda consulta agendada para as 14h30, tinha sido antecipada para as 10h45. Para mim até convinha, pois a primeira estava marcada para as 10h desse mesmo dia.

Após as formalidades de secretaria, dirijo-me ao primeiro andar onde me sento a aguardar a consulta. Sem mais nada para fazer, dou por mim a observar a azafama das empregadas, a pacificidade dos doentes que esperam e a típica desorganização organizada.

A primeira meia hora estava passada e nem sinal da médica. Alertada a empregada para o aproximar da hora da segunda consulta, foi-me explicado que a médica andava "desaparecida" pois nem respondia aos telefonemas nem ao bip. Restava-me aguardar. Mais 10 minutos passados e impunha-se uma decisão: ficar ou partir? A rapariga aconselhou-me a descer ao piso inferior para a segunda consulta. Seria, nas suas palavras, «a vez desta médica ter esperar por mim!» Dirigi-me assim para ao rés-do-chão e aguardei. Nas mãos de uma empregada vinha o meu processo, também ele aguardando ser consultado.  Cinco minutos passados fui conduzida à balança. Peso e altura sem surpresas.  Voltei a sentar-me para aguardar a chamada. Passaram-se mais 10 minutos e eu continuava à espera. Subitamente e em passo acelerado,  aparece uma empregada a chamar-me para a primeira consulta, aquela do primeiro andar. A médica tinha finalmente chegado e aguardava-me.

A dúvida estava novamente instalada: voltar para a médica atrasada ou fazer esperar esta?

Deixei aquela porta, voltei a subir os degraus e a percorrer o pequeno corredor. Chagada lá acima voltei a sentar-me porque afinal a paciente anterior ainda estava lá dentro!.Tive de esperar. Entretanto as empregadas preparavam-se para me voltar a pesar e a medir!!. Apesar do stress não creio que pudesse ter crescido, engordado ou emagrecido em tão pouco tempo!! 
O meu processo veio logo atrás no colo de  outra empregada. Após 10 minutos de espera, entrei finalmente  para a primeira consulta na hora da segunda.

A consulta desenrolava-se dentro da normalidade quando subitamente se escutam umas pancadas na porta. Era a rapariga lá de baixo, uma vez mais em aceleração, a chamar-me para a outra consulta, a segunda. A médica da primeira só dizia “já vai!”. Passados mais uns minutos mais umas pancadas. “Já vai!!” voltou a dizer a médica. Entretanto, e dada a urgência da outra médica (a da segunda!) tive de encurtar esta consulta, deixar de fazer um exame pré definido e voltar em passo acelerado para o andar de baixo. Chegada lá, voltei a sentar-me. De facto estava cansada! A tal médica que supostamente já estaria à minha espera, encontrava-se descontraidamente  a conferenciar com outra da mesma especialidade (sem qualquer pressa!!). Dez minutos depois, lá entrei finalmente na segunda consulta. Decorrido algum tempo, escutam-se mais pancadas na porta. Seguramente não haveria mais médicas à minha espera!!  Desta feita era o processo que chegava, também ele atrasado.

 

Sendo este check up de rotina, impunham-se exames igualmente de rotina. As marcações e para meu espanto, são feitas entre a empregada da secretaria e aquela que esteve de plantão a auxiliar a médica.  Outra das  novidades é que os exames que se complementam são marcados em dias diferentes e sempre nas horas sagradas para almoço. No mínimo estranho!! A peregrinação quase diária àquele centro de saúde está garantida.  

Apesar desta agitação, comprovou-se a competência dos médicos e a simpatia das empregadas daquele reputado centro hospitalar da cidade de Maputo.

CSD