PASSEIO À SUAZILÂNDIA
Aproveitando o aniversário de uma das minhas novas amigas, resolvemos dar uma volta.
O Domingo foi o dia escolhido para conhecer a Suazilândia.
A Suazilândia é um enclave muito pequeno que fica entre Moçambique e a África do Sul. É um país muito pobre mas muito bonito e limpo. Tem grande variedade de paisagem, o que faz com que seja conhecida por “a Suíça de África”. É também um dos poucos países africanos onde a tradição ainda é preservada e passada às gerações mais novas.
Lá juntamos o mesmo grupo de pessoas e mais uns quantos que chegaram a Maputo recentemente. Éramos ao todo 16 portugueses em 3 jeeps.
Saímos cedo e fomos direitinhos à fronteira, desta vez do lado da Namaacha. Uma fronteira muito pequena e muito pacifica. Nada que se pareça com a de acesso à África do Sul, mais conhecida por Ressano Garcia. A passagem na fronteira foi por isso muito rápida, apesar da burocracia habitual de passaportes e papelada para entregar aos guardas antipáticos.
Já em solo Suazi palmilhámos por enormes rectas, bem alcatroadas e com uma paisagem montanhosa em fundo. Ao longo da estrada podemos ver paisagens variadas, desde savana a montanha, carregadas de vegetação muito verde. Uma vez mais e à semelhança do Kruger, tivemos oportunidade de ver animais selvagens como girafas, impalas, macacos, bois-cavalo, zebras em plena savana e à beirinha da estrada. Enormes plantações de banana, cana-de-açúcar e ananases também nos acompanharam ao longo de muitos quilómetros, o que nos faz louvar este tipo de agricultura e perguntar porque Moçambique, país vizinho, está tão atrasado. Aqueles bocadinhos de machamba que tão defendidos são pelas populações moçambicanas deram lugar, na Suazilândia, a grandes campos com plantações a perder de vista e com irrigações permanentes. Continua a ser um país pobre, mas com uma grande desenvoltura agrícola. Acho que haverá dedo da África do Sul!! Além da pobreza visível a cada quilómetro existe outro grande flagelo: a Suazilândia tem os índices mais elevados de HIV Sida. Infelizmente é o país africano com o maior número de casos conhecidos.
A primeira paragem foi na fábrica das velas.
É um local obrigatório para turista, uma vez que ali podemos ter uma ideia do tipo de artesanato suazi. É um aldeamento composto por casinhas muito típicas onde são feitas localmente e comercializadas velas com todas as formas dos animais selvagens existentes na savana. Todos os tamanhos, todas as cores, todos os preços. A moeda é o rand suazi, mas o rand da África do Sul é muito bem aceite. Acabámos por comprar um cesto em verga colorido, produção suazi. As crianças tiveram direito á oferta de alguns animais feitos em presença.
Depois partimos para um restaurante de nome Calabash!!!
Começaram aí as nossas preocupações pois à semelhança da Ponta do Ouro, foi a vez do nosso jeep começar a dar uns estoiros. Segundo alguns entendidos, era um problema nos carretos da caixa de velocidades. Tivemos de seguir bem mais devagar, mas lá chegámos.
O restaurante nada tinha a ver com a Suazi. Era alemão (!!). Fomos comer joelho de porco, que também não é nenhuma especialidade suazi, mas havia portugueses, segundo pude compreender, com desejos e seria ali o sítio ideal para se degustar o joelho de porco melhor confeccionado. Apesar de tudo gostei e mais uma vez confirmo que nada do porco se deita fora!!
Findo o repasto, arrancámos para a Aldeia Cultural da Matenga. Aldeia típica, situada no meio da savana profunda e onde as tradições ancestrais ainda são preservadas e explicadas aos turistas. Após alguns quilómetros em picada, lá entrámos na reserva natural e à nossa espera um grupo de suazis tipicamente trajados que mostraram os seus dotes tradicionais em dança e canto. Como seria de esperar, vieram buscar pessoas para os acompanhar na dança e o meu marido foi contemplado.
Seguiu-se uma caminhada por entre as "casas" típicas e uma explicação das tradições familiares suazis. Fiquei a saber que, o que realmente vale a pena na família suazi é ser filho primogénito ou avó paterna. O resto da família tem de trabalhar bastante e partilhar tudo. Foi muito engraçado entrar nas casas feitas de colmo e saber como, com muito pouco se pode viver. Aproveitei e comprei a uma "avó" um colar típico e que representa a paz entre os povos através do enlace entre o branco e o preto.
Ao fundo e como enquadramento paisagístico, uma grande montanha.
Segundo o nosso guia, todos aqueles que infringiam as leis da aldeia, eram condenados a subir pelo seu próprio pé o referido monte e a lançarem-se monte abaixo. Os que, bafejados pela sorte conseguissem sobreviver, eram ajudados a escalar novamente e obrigados a um segundo lançamento, desta vez mortal. No fundo, a pena era só uma: a morte.
Após a visita á aldeia, iniciámos a viagem de regresso já com o sol a esconder-se por entre as grandes montanhas da Suazilândia.
O nosso jeep continuava a reclamar melhores dias e os nossos corações apertados esperaram o estoiro final, que acabou por não acontecer.
Cansados mas muito contentes por mais um passeio que correu muito bem, apesar dos longos quilómetros percorridos. Isto de passear também esgota o físico!
CSD
Porque desapareceu o meu comentário?
ResponderEliminarEspero por mais publicações.
Um abraço
ADRI