(continuação)
O segundo dia amanheceu encoberto e perfeito para um verdadeiro safari em terras africanas. Às 7h30 minutos e com um programa previamente definido, estava à nossa espera o George, organizador de passeios e safaris, para nos guiar até ao vizinho país: o Botsuana.
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Parque Nacional do Zambezi |
Através do Parque Nacional do Zambezi fizemos os 70 km até à fronteira com o Botsuana. Durante 45 minutos, passeamos embrenhados numa savana repleta de animais de grande e pequeno porte como marias-café, “Ginfau” (galinhas pintadas), javalis, babuínos e impalas. A conversa, inevitavelmente girou à volta da situação política e sempre controversa do Zimbabué.
Às 8h50 minutos entrámos no
Botsuana.
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Desinfecção de rodados |
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Desinfecção de pés |
A desinfecção de pessoas e veículos é ritual obrigatório, o que não deixa de ser curioso. Já no nosso veículo de safari, e com o Moses como guia, limpamos pés e rodados de possíveis contaminações vizinhas.
Pela estrada de Kazungula fomo-nos aproximando do destino: O Parque Nacional de Chobe.
Um barco no
Chobe Safari Lodge esperava-nos e com o mesmo Moses, iniciámos o maravilhoso passeio no
Chobe River.
Serpenteando pelos canais envolventes à
Ilha de Sedudu, fomos descobrindo a fauna bravia e fabulosa. Esta ilha é do Botsuana mas nem sempre assim foi. A Namíbia também a queria e após algumas disputas, foi um Tribunal Internacional quem decidiu ser território do Botsuana.
De orelhas espetadas e olhar atento, os “Kubu” fixavam-nos com um ar ameaçador. Famílias enormes ou simplesmente sozinhos, abrigavam-se do sol abrasador escondendo-se na água. O aspecto pachorrento destes hipopótamos esconde uma agressividade conhecida. A intolerância para com o ser humano é séria e face a qualquer aproximação, não hesitam em abrir as suas bocas gigantescas num aviso. A cavalgada rápida na nossa direcção é a atitude seguinte para quem ignora as distâncias. E como são rápidas estas toneladas de carne gordurenta!
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Hipos perto do continente |
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Hipos do lado da ilha |
Disfarçados na penumbra das sombras das árvores ribeirinhas, os solitários crocodilos também lá estavam. Os seus atentos olhos não nos perdiam de vista mas ao primeiro sinal de ameaça, submergiam como se de submarinos se tratassem.
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Crocodilo africano |
Em terra firme estavam as Impalas, que remoendo a erva fresca se passeavam calmamente ignorando disputas. Como vizinhos tinham a passarada e as águias. Também os lagartos cheiravam os ninhos à procura de ovos frescos.
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Lagarto |
Continuando rio dentro e sempre atentos as explicações interessantes do nosso Moses, deparámo-nos com o impensável: uma centena de Elefantes. Nunca nas nossas singelas vidas tínhamos visto ou estado tão perto destes animais imponentes. Matriarcas, machos jovens e bebés, em famílias enormes, chegavam à beira de água para matarem a sede provocada por uma grande caminhada. Bebendo, banhando-se na lama do charco ribeirinho ou simplesmente pulverizando-se com terra, estes animais permitiam a nossa presença e as nossas fotos. Sem vergonha ou receio dos humanos, os jovens mais travessos aproximavam-se do nosso barco para nos cheirar e proporcionar imagens inesquecíveis. E vindos do interior da savana, eis que chegavam cada vez mais em bandos como que se da hora da reunião tribal se tratasse.
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Elefantes no banho de lama |
Aproveitando a frescura da água, os machos adultos numa atitude solitária atravessavam as águas baixas mesmo na nossa frente para pisarem a relva da ilha. Segundo o nosso guia, esta migração é nutricional. Do lado do continente têm as folhas das árvores da savana, do lado da ilha buscam a relva fresca e nutritiva essencial ao equilíbrio alimentar.
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Turistas a registar momentos inesquecíveis |
Foram perto de três horas, embrenhados no mundo animal, no silêncio ruidoso da natureza, lá onde eles são quem manda, esquecidos no tempo e onde o homem pouco intervém.
De regresso ao Chobe Safari Lodge, degustámos impala estufada com legumes. Carne tenra e muito semelhante à nossa vitela. O almoço foi bom e o espaço muito convidativo. Outro lodge onde será muito agradável passar uma temporada.
Uma vez mais à nossa espera tínhamos o nosso guia Moses para desta feita nos conduzir num safari pelo Chobe National Park.
Por terra vermelha, com um tecto de nuvens a descarregar, fomos obrigados a vestir os impermeáveis postos à disposição pelo guia. Penetrando no parque, vimos impalas, macacos, tartarugas, abutres, mais elefantes, mais hipos (desta feita fora de água) e muita passarada. A savana também parecia diferente.
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Savana |
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Árvore de Abutres |
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Kudu imponente |
Mas o ponto alto foi o rei da selva. O Sr Leão, que a pouco mais de um metro, procedia à sua higiene pessoal sem se importar com a nossa presença. Apesar de ser jovem, a sua juba já revelava a imponência de rei. Mais afastada, uma família de fêmeas descansava, sempre atenta ao movimento das suas três crias.
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Rei da selva |
Com o entardecer a aproximar-se, era tempo de regresso.
Deixamos o nosso guia Moses na fronteira do Botsuana e entramos no carro do George. Chagámos ao Zimbabué e ao hotel às 17h30, cheios de vida selvagem, com os pulmões purificados e a alma a abarrotar de coisas novas e experiências inesquecíveis.
CSD
(continua....)
Mais um passeio inesquecível para contar aos netos...
ResponderEliminarBom Ano 2011.
Beijinhos