FOZ D´ÉGUA E CHÃS D'ÉGUA

 Foz D'Égua

Foz D'Égua


Parámos no tempo. O xisto acomodou-se, a vegetação instalou-se, a água fez-se de convidada e nós, perplexos com tamanha beleza contemplámos sem receios, absorvendo a paz transmitida a cada respirar.  Este local é simplesmente obra de Deus.


E para agradecer a Deus tamanha dádiva Carlos Borges sonhou e realizou a obra. Soito da Ruíva ficou-lhe no coração numa primeira visita. Homem do sul, encantou-se com a Serra do Açor e as suas belezas. Escolheu Foz D'Égua para deixar obra feita. Numa empreitada sem igual idealizou no cimo da serra um oratório a nossa senhora, figura com duas toneladas. Construiu os acessos de difícil arquitectura, mais a ponte suspensa que encanta quem a passa. As construção das casas de xisto, do presépio, o plantio das camélias e das roseiras compunham o paraíso da piscina de água natural. Em 2013, quis Deus que a obra fosse interrompida. Uma queda na ravina, enquanto trabalhava no seu sonho, levou-o mais cedo para junto do verdadeiro Criador.     

Capela de Nossa Senhora. Obra de Carlos Borges.


Nossa Senhora imortalizada


Presépio de madeira


Ponte pedonal em madeira

Hoje, quem lá passa sobe a custo a íngreme escadaria. Não contei os degraus mas sei que são muitos. Alguns simples toros ou tábuas de madeira já minados por raízes e pedras soltas. A cada passo não pude deixar de pensar no sacrifício daquele homem em busca do sonho. Quem a terminou proporciona hoje um regalo para a vista e uma paz para o coração de todos quantos exploram aquele cantinho.

Pontes

Foz D´Égua vista do monumento a Nossa Senhora  


Chãs D'Égua

Ainda pelos caminhos das Aldeias de Xisto, pernoitámos na casa do Açor. São duas, como irmãs. Erguidas numa encosta, são rodeadas pelas Serra da Estrela e do Açor, as Serras que lhes deram nome. Estas duas habitações situam-se sobranceiras, na aldeia de Chãs D'Égua. Foram pensadas pelos proprietários Luís e Ângela e projectadas pelo arquitecto Pedro Leite. Os socalcos serviram de inspiração. Construídas em cimento armado e revestidas a xisto, estes dois paraísos representam a paz no mundo. Por dentro tem o indispensável para se ser feliz. Com pouca rede e nenhuma net, rejuvenesce-se nestas paranças.  Conforto e modernidade num embrulho tradicional. 

Casa do Açor - Chãs D'Égua

Monte do Colcurinho em moldura. Serra do Açor.

No silêncio absoluto, unicamente interrompido pelo circundar da abelha namorando a alfazema,  pensamos em nós e não podemos deixar de agradecer a Deus a sua criação, benevolência e beneficência. Imperdível!

CSD

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