ILHA DA MADEIRA
Descoberta pelos portugueses Tristão Vaz Teixeira, João Gonçalves Zarco e Bartolomeu Perestrelo no ano de 1419, esta pérola do Atlântico foi considerada o melhor destino turístico do mundo. Apesar de conhecida pelo clima temperado, pelo vinho licoroso de excelente qualidade, pelos vales verdejantes e flores exóticas, pelas escarpas imponentes que abraçam o mar foi, o conceituado fogo de artifício de passagem de ano, que nos atraiu. E ... Madeira aqui vamos nós.
À chegada ao aeroporto Cristiano Ronaldo, recebeu-nos o novo busto da maior pérola futebolística produzida na Madeira. Ele mesmo, CR7 o melhor jogador do mundo!
Começámos a exploração da Ilha sem pressas e em boa companhia. Pelo Caminho Avista Maridos chegámos à "Quinta da Bela Vista", lá no alto, em São Martinho. As vistas sobre a cidade e Baía do Funchal são magnificas e a reserva do Reveillon ficou assegurada!
Seguimos viagem pois havia uma Madeira por recordar. O "Abrigo do Pastor" acolheu-nos para almoço. Situado entre a Camacha e o Poiso, este outrora casebre na Serra que servia de refúgio a caçadores e pastores, é hoje um excelente restaurante para degustação de pratos de caça. Veado foi a minha escolha e estava delicioso! A decoração cheira a medieval!
De barriguinha cheia seguimos para o Cabo Girão. A oeste do Funchal este promontório vertical com 580 metros de altura espanta-nos. É o Cabo mais alto da Europa e a sua plataforma suspensa e envidraçada torna-o ainda mais especial. As pequenas parcelas de cultivo no sopé da serra contrastam com uma magnifica panorâmica sobre o vasto oceano.
Mas o caminho faz-se caminhando e seguimos viagem para outro destino turístico. Por estradas novas e infindáveis túneis, fomos vendo a Ilha sob perspectivas e enquadramentos diferentes. De orografia acidentada com vales profundos e vertentes escarpadas, os túneis vieram facilitar e muito a mobilidade de pessoas e bens. Como um queijo suíço, esta Ilha da Madeira é hoje transitável até às entranhas!
Conhecida por trágicos fenómenos naturais a Ribeira Brava acolhe há 70 anos a "Taberna da Poncha". É uma das mais antigas tabernas da Madeira e um ponto obrigatório de paragem. Acompanhada por amendoins cujas cascas povoam o chão do espaço, esta Poncha faz as delícias de homens e mulheres. Vários são os sabores à escolha mas a taxa de álcool nunca muda! Seguimos viagem mais quentinhos!.
Próximo destino, as famosas Piscinas Naturais de Porto Moniz. Compostas por rochas vulcânicas, estas piscinas naturais de aspecto desordenado e selvagem encantam à primeira vista. Apesar do entardecer e o tempo farrusco, apetecia mergulhar neste mar cristalino e neste Complexo Balnear de Porto Moniz. Fica para a próxima.
Em viagem sentido Funchal, rumámos ao Caniço para um reconfortante jantar no restaurante "O Pescador". Gaiado seco e Bodião foram iguarias inovadoras para estes continentais. O Gaiado seco é uma espécie de atum pequeno natural destas águas. Inicialmente consumido pelas populações de menores recursos é hoje um petisco cada vez mais apreciado e caro. Degustámo-lo em escabeche e apesar de ser diferente, é uma boa entrada. Seguiu-se o Bodião. Esta espécie solitária, sedentária e hermafrodita habita igualmente nestas águas e apareceu no meu prato escalada e grelhada. Muito bom! E assim fechámos o primeiro dia com chave de ouro e ansiando pelos próximos.
Voltámos à estrada com um novo grupo de amigos. Iniciámos o passeio com uma visita ao Parque Temático da Madeira, inaugurado em 2004. Localizado em Santana, este parque temático visa dar a conhecer a história, a ciência e a tradição do Arquipélago da Madeira. Os quatro pavilhões multimédia aliados aos jardins, ao passeio de comboio e de barco, fazem deste parque um local de cultura obrigatório.
Até à Aldeia de Santana foi um saltinho! As casas tradicionais de formato triangular e revestidas a colmo são o ex-líbris de Santana e remontam ao descobrimento da Ilha da Madeira onde estes materiais existiam em abundância devido à plantação dos cereais. Quentes no inverno e frescas no verão, fazem hoje parte integrante dos roteiros turísticos.
Rumámos ao Faial para um bom almoço no restaurante "Grutas do Faial", que faz jus ao nome! Um local rústico, acolhedor e de gastronomia portuguesa. O dia avançava a passos largos e o Pico do Areeiro chamava-nos.
Pois, o Pico bem chamou, mas nós não fomos! Há dias em que temos de fazer escolhas e esta foi difícil. A subida ao Pico do Areeiro era longa e o dia ia avançado. Por outro lado a estrada para o Curral das Freiras, no sentido oposto, estava quase a fechar. Parados na bifurcação decisiva, optámos por descer para o Curral deixando o Pico para outro dia. E valeu a pena! As paisagens que Deus nos deu ao longo dessa descida ficarão registadas para a eternidade.
Uma paragem rápida no Miradouro da Eira do Serrado despertou-nos para a profundidade do Curral das Freiras. Localizado num vale de acessibilidade difícil, foi inicialmente conhecido como Curral da Serra. Em 1566 um saque de corsários franceses à cidade do Funchal obrigou as freiras do Convento de Santa Clara ao refúgio no vale. Fazendo parte da freguesia de Santo António, o Curral das Freiras passa a partir de 1780 a ter uma vida paroquial independente dado o isolamento da sua população. Se hoje é difícil chegar ao Curral, imagino como seria nos primórdios! Cabe hoje à Nossa Senhora do Livramento proteger quem lá mora.
Já com a noite no horizonte e a temperatura a descer, que bem que souberam as castanhas assadas típicas e claro...mais uma poncha! Sendo época natalícia visitámos o presépio tradicional. Lapinha, que curiosamente também é tradicional do folclore brasileiro, consiste num altar em escadinha onde o menino Jesus é figura central. É enfeitado com flores de papel, frutos, pequenos pães, vinho e azeite. Muito curioso!
O jantar foi já em Machico, no restaurante "Maré Alta, um poiso especializado em peixe fresco e marisco com uma localização priviligiada frente ao mar. Foi um excelente dia.
E depressa se entrou no terceiro dia que amanheceu especial. O nosso rebento completava 15 primaveras e para primeira escolha de visita, o Museu CR7, claro! Uma homenagem ao grande puto que subiu a pulso e levou o nome de Portugal mais alto.
O almoço foi um valente "burger" no CR7 Corner. Só faltou mesmo o Ronaldo à mesa!
Pés a caminho e já no ar, apreciámos a bela cidade do Funchal num trajecto teleférico de 550 metros de altitude em direcção ao Monte. A vista é soberba e facilmente se percebe porque a cidade do Funchal é conhecida como a Cidade Jardim. O abraço permanente da urbe ao meio rural enche-nos a alma. A não perder, mesmo!
O Jardim Tropical Monte Palace esperava-nos à saída. Pelo Caminho das Babosas, uma ruela estreita e empedrada, chegámos aos Tabogans. Sem grande coisa para ver e com a vista já vista, iniciámos a descida. Um Tabogan para três, por favor! E lá fomos nós, pés fincados, confiança nos guias e fé em Deus. São dois quilómetros de descida rápida e cheiro a borracha queimada. Foi óptimo!
O único senão desta aventura é a paragem, fim da linha, a meio da descida acentuada! Há mais 30 minutos de descida até ao Funchal para se fazer a pé! Embora os nossos amortecedores reclamem, as descobertas valem a pena. Quintas, casas rústicas, bananais e um sem número de flores maravilhosas despertam os nossos sentidos.
Seguiu-se um passeio pela marginal do Funchal e panorâmica sobre os vários monumentos emblemáticos da Avenida Arriaga, nomeadamente o edifício do Banco de Portugal e a Sé Catedral do Funchal.
Mais à frente um merecido café na esplanada do emblemático café "The Ritz", seguido de um passeio pelos Jardins do Município. O crepúsculo anunciava-se e as paisagens mudavam de cor. As luzes natalícias revelavam-se deixando antever um Funchal celestial.
Mais um dia em grande para o aniversariante e para nós. Que Deus te guie sempre.
Acordámos cedo para mais um passeio pela maravilhosa Ilha da Madeira. Ribeira Brava, Tábua, Ponta do Sol, Madalena do Mar, Calheta, Jardins do Mar, Paúl do Mar e finalmente Prazeres, onde almoçámos no restaurante "O Parque". Fomos descobrindo uma Ilha profunda, crua, longe da parte criada para turista ver.
Serra acima as paisagens imponentes deixavam antever uma mudança de clima. Parece que o nevoeiro se fez de convidado envolvendo a Serra numa penumbra molhada. Com a visibilidade reduzida iniciámos a descida. Já do outro lado da Ilha eis que aparece o Cristo Rei da Ponta do Garajau. Inaugurado em 1927 é conhecido como o monumento ao Sagrado Coração de Jesus. Esta estátua de 14 metros de altura é o mais antigo monumento a Cristo Rei edificado. Abraça o oceano protegendo o Caniço das investidas de quem mal lhe quer.
O jantar foi no restaurante "O Madeirense", no Funchal com direito a show de Mico da Câmara Pereira! Mais um dia em grande.
E ... FELIZ ANO NOVO, FELIZ 2019!
Da "Quinta da Bela Vista", um miradouro estratégico para a cidade, acolhemos de braços abertos o Novo Ano, fazendo votos para que 2019 seja mais humano, mais compreensivo e sobretudo mais pacífico.
O primeiro dia de 2019 foi aproveitado ao máximo. Porque seria o último no Arquipélago, foi intenso e proveitoso. Começámos em Machico, seguiu-se Santo da Serra, Ribeira de Machico, Portela, Porto da Cruz, Penha de Água, Faial e Santana. No miradouro de São Jorge percebemos os recortes e a profunda beleza desta Ilha. Chegámos à "Quinta do Furão" onde o almoço combinou na perfeição com a vista deslumbrante. Mais uma moldura para mais tarde recordar.
De volta ao Faial passámos na Fajã da Murta e pelo Museu da Família Teixeira, uma casa museu edificada por Anaclet Teixeira de Freitas para perpetuar a memória de seus pais. Infelizmente fechado, foi ainda possivel espreitar os jardins bem tratados e de rara beleza. Há que deixar sempre algo para voltar... Seguimos viagem em direcção ao Funchal passando por Ribeiro Frio onde os Viveiros de Trutas são o chamariz do veraneante.
E com o Pico do Areeiro ali tão perto, tentámos a nossa sorte. Uma vez mais o nevoeiro decidiu esconder uma das mais belas paisagens do planeta. Azar o nosso! Mais um motivo para regressar à Madeira!
Resignados à nossa sorte regressámos a Machico. O nevoeiro ficou na Serra e o miradouro do Pico do Facho embasbacou-nos! Absolutamente imperdível!
Seguiu-se a Praia da Praínha do Caniçal. De praia como a conhecemos pouco tem, mas é a única praia de areia vulcânica natural da Ilha da Madeira. De uma beleza única!
E perto da Reserva Natural da Ponta de São Lourenço a Marina da Quinta do Lorde. Um entardecer com uma luminosidade muito especial.
Resignados à nossa sorte regressámos a Machico. O nevoeiro ficou na Serra e o miradouro do Pico do Facho embasbacou-nos! Absolutamente imperdível!
Seguiu-se a Praia da Praínha do Caniçal. De praia como a conhecemos pouco tem, mas é a única praia de areia vulcânica natural da Ilha da Madeira. De uma beleza única!
E perto da Reserva Natural da Ponta de São Lourenço a Marina da Quinta do Lorde. Um entardecer com uma luminosidade muito especial.
E ponto final na visita à Ilha da Madeira!
Esta viagem cumpriu três objectivos: comemorar as bodas de porcelana (20 anos de casamento e cuja Lua de Mel foi precisamente no Funchal), mostrar a Ilha da Madeira ao nosso rebento e rever grandes amigos. E sim, tudo o que se diz sobre este tesouro é verdade. Ainda bem que é PORTUGAL.
CSD
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