NOS ANTÍPODAS DE PORTUGAL


NAU MAI! HAERE MAI AOTEAROA
Bem vindos à Terra da Grande Nuvem Branca!


Vista aérea da Nova Zelândia

Perdida na Oceânia, a Nova Zelândia carrega em si mesma um mistério que apetece desvendar. O seu isolamento geográfico permitiu ao longo dos séculos preservar e desenvolver um ecossistema único no mundo, e foi atrás disso que estes Tugas, já a queimar os últimos cartuchos em Down Under, quiseram conhecer. Maioritariamente ocupada por europeus (na grande maioria britânicos) a Nova Zelândia revelou-se um exemplo de integração e aceitação entre nativos Maori e colonizadores. Educados, solidários, atenciosos, cooperantes e muito simpáticos estes neozelandezes foram uma agradável surpresa. Foi este o sentimento final após 7 dias pelos antípodas de Portugal. 
Parece-me que o vizinho maior, tem ainda muito para aprender... Mas vamos por partes!

Primeira paragem: AUCKLAND, terra dos Aucklanders. À chegada ao aeroporto, saudações Maori a lembrar-nos que antes dos "branquelas", já havia quem desbravasse caminhos neste fim do mundo. Em Wakas (canoas) e enfrentando as agruras do Pacífico, vieram da Polinésia afoitos homens que ao longo de 5 séculos chamaram a este território inóspito "casa". Aliás, a Nova Zelândia foi o último território a ser colonizado por "Pakehas", estrangeiros europeus!.

Pórtico Maori no aeroporto
De uma riqueza impressionante, a cultura Maori está patente em todos os locais deste país dos Kiwis. Apesar de não terem sido ostracizados como os vizinhos aborígenes australianos, sofreram ao longo dos tempos um inevitável processo de aculturação. No entanto o peso da cultura Maori prevaleceu e hoje é parte integrante da identidade cultural do país. Te Reo, a língua Maori é falada diariamente nas ruas e nos meios de comunicação social ... e quem não conhece a dança Haka, dos grandes All Blacks, equipa de rugby da Nova Zelândia? Que saudável é esta coexistência!  

Auckland

Turistando!
Nascida na cratera de um vulcão, Auckland é uma cidade cosmopolita, situada no estreito que separa os portos de Manukau (do lado do mar da Tasmânia) e o de Waitemata (virado para o Oceano Pacífico).  Foi capital da Nova Zelândia até 1865, perdendo o seu estatuto para Wellington. A posição mais central desta nova cidade face a ambas as ilhas e a prosperidade emergente da ilha do sul ditaram a sentença. A descoberta de ouro em Otago e a criação abundante de ovelhas, destronaram Auckland. No entanto Auckland permanece a cidade mais populosa da Nova Zelândia, para o bem e para o mal!

Pela fresquinha iniciámos a habitual exploração do território! Auckland não é famosa pelo seu sistema de transportes públicos e isso foi bem sentido. Cedo percebemos que seriam necessárias grandes caminhadas exploratórias!

Selfie na cratera do vulcão Maungawhau - Monte Éden


Auckland à vista

O Monte Éden é referência obrigatória para perceção da cidade. A subida leva perto de 45 minutos! Os Maori fazem-no em 10! O contraste entre o betão ao fundo e a cratera do vulcão verdejante, restabelece-nos o fôlego! A descer todos os Santos ajudam e o que para cima pareceu uma eternidade, para baixo foi fulgurante! Já na base do monte e com os sinos da hora de almoço a entoar, comemos um amburguer na "rolote" mais antiga e já premiada da cidade. "The white Lady" a fazer amburgueres desde 1948. São bons e merecem a fama.


Devonport foi o destino seguinte. Numa curta travessia marítima de 10 minutos, eis que nos vemos numa cidade parada à beira de água. Composta por três ilhas vulcânicas, Devonpot estica-se à sombra do Monte Victoria, o mais alto cone vulcânico da costa norte. Antiga posição militar europeia, o Monte Victoria repousa agora na acalmia dos tempos.



Devonport

A traça vulcânica de Devonport dá-lhe uma certa graça e faz dela um excelente refugio para quem vive diariamente o reboliço da grande cidade. 



Skyline de Auckland vista de Devonport

Casario tradicional de Devonport
De regresso a Auckland fomos à procura da história e de coisas "tcham". Pois.... é o problema dos países e cidades novas. Falta-lhes a nossa carga ancestral, o que as torna ligeirinhas aos nossos olhos. Mas como a beleza está nos olhos de quem contempla.... ficam as fotos para mais tarde recordar.

Auckland wharf

Museu Memorial da Guerra


Jardins de inverno
Deambulando pelas ruas amplas da cidade fomos descobrindo pequenas pérolas arquitetónicas perfeitamente enquadradas nas modernas e arrojadas construções citadinas.

Town Hall
Nova arquitetura.

Galeria de Arte


A influência asiática sempre presente.

Estação Marítima


Ao fechar do dia a subida habitual à torre mais alta... Desta feita a Sky Tower dá-nos uma panorâmica perfeita da cidade de Auckland e se conjugar-mos com por do sol...é uma excelente opção. E foi o que fizemos!  


Sky Tower


Loucuras ... Não, não sou eu!

Sky Tower à noite

Vista nocturna de Auckland
Vista nocturna de Auclkland
E com chave de ouro fechámos esta escapadela de um dia e meio a Auckland. Num misto de trabalho e lazer, colocámos a nossa bandeirinha na ilha do norte, neste país magnifico que é a Nova Zelândia. 

Ao amanhecer novo destino: WELLINGTON, terra dos wellingtoniers. A valiar pela recepção no aeroporto, a coisa prometia!

Imagem no aeroporto. Da saga "O Senhor dos Anéis"

Ainda no aeroporto de Wellington. Saudações Dragonianas!

O voo é curto e num ápice chegamos ao extremo sul da ilha do norte. Wellington recebeu-nos com cara farrusca e fresquinho, fresquinho! Feita a parte de trabalho, dedicámo-nos ao lazer. Com uma estadia igualmente reduzida em mais uma cidade dos kiwis, optámos por uma Xplor Tours de três horas. Com Richard Bialy ao volante, fomos-nos embrenhando na cidade. Excelente comunicador, de uma simpatia inigualável e muito profissional, Wellington ficou para nós, sem segredos.

Estamos aqui!
Ás portas do aeroporto no subúrbio de Miramar, o famoso sinal de boas vindas da cidade. Em tempos que já lá vão foi "All Blacks" durante a Rugby World Cup, passando a "Wellywood" num agradecimento à cidade pela participação nos filmes de "Senhor dos Anéis" e "The Hobbit". Hoje é "Wellington soprada a vento", ou não fosse esta cidade a mais ventosa do mundo! 

Wellington vista do Monte Victoria

Wellington vista do Monte Victoria


Estátua Maori
O dia foi avançando e nós fomos descobrindo as pequenas maravilhas de uma cidade que também ela se foi abrindo ao sol. Situada ao lado de um porto natural, sem planícies e cravejada de colinas, Wellington é uma cidade suis generis! Sujeita a terramotos frequentes, por vezes acompanhados de tsumanis e ventanias vindas do estreito de Cook, a população refugia-se nas colinas. E para se chegar a casa, só de elevador!


Elevadores de transporte de bens e pessoas

Quando a terra abana, é um problema! Há que seguir os sinais e o mais depressa possível!



Bem seguros, fomos desbravando a cidade.


Centro artístico da cidade - Civic Square


Centro artístico da cidade - Civic Square
Avançámos para a marginal de Wellington. O tempo continuava a não querer acordar. As paisagens negras transportavam-nos para cenários já nossos conhecidos. Ilhas vulcânicas, biscoitos e areia escura também temos no nosso cantinho. E quando se é casada com um açoriano...! 

Marginal de Wellington


Biscoitos na marginal de Wellington

Território vulcânico

Fonte Carter na Bay Beach

Oriental Parade
E do cenário real passamos para o imaginário. A poucos quilómetros da cidade eis que entramos num mundo surreal. "The Weta Cave" surgiu da paixão de um casal, que nos bastidores da sua modesta casa deu os primeiros passos na revolução da indústria criativa mundial. Hoje são o líder mundial do design e dos efeitos especiais, e isso comprova-se logo à porta!

À entrada de Weta Cave

Gollum mate!, o anel é meu!
Voltámos ao mundo real (ou talvez não!) da cidade de Wellington. Subimos a bordo do Iconic Cable Car, uma espécie de elevador da Glória, mas com um toque mais futurista!


Iconic Cable Car

Vista do Cable Car


Túneis futuristas na subida

Um regresso ao passado
Os nossos simpáticos guias.


Última paragem, a velha igreja de St. Paul. Toda em madeira, com o cheiro característico do passado, esta casa de Deus é casa de todos e para todos "os Deuses". De portas abertas a todas as religiões, esta igreja é um exemplo de humanidade e fraternidade entre os homens, independentemente das raças e crenças. Bravo! 


Igreja velha de St. Paul

Às portas do museu emblemático da cidade Te Papa, despedimo-nos dos guias e ficámos por nossa conta. Uma proveitosa manhã passada em excelente companhia com direito a gelado e chocolates. Obrigada Richard.


Te Papa Tongarewa significa na língua Maori "o nosso lugar" e é o Museu Nacional por excelência. Aberto desde 1998, este museu faz uma retrospetiva da história civilizacional, ambiental e cultural da Nova Zelândia, dando um destaque interessante à cultura do povo Maori, primeiros colonizadores deste fabuloso território. Imagens 3D da Batalha de Gallipoli (um massacre em solo turco das tropas aliadas ANZAC - australianas e neozelandesas) em dimensão XXL fazem-nos pensar nos horrores da guerra e no sofrimentos humano. 
Guerra nunca mais! 



Museu Te Papa

Museu Te Papa

Museu Te Papa
E com o pôr do sol a dar sinais no horizonte, fomos percorrendo ruas e ruelas por entre a azáfama de cidadãos que infelizmente, não estavam de férias como nós ... 

Estação de comboios


Velho edifício do Parlamento

Magestic Centre

Catedral de St Paul

A Colmeia (Beehive) - novo edifício parlamentar


Edifícios parlamentares


Edifício parlamentar (Biblioteca)
Bowen House - Edifício parlamentar


Wellington Wharf
E assim nos despedimos de Wellington com nova paragem no pensamento: QUEENSTOWN, terra dos queenstowners.





O voo nem dá para aquecer e bem que um calorzinho vinha a calhar! Queenstown recebeu-nos com temperaturas geladas! De quatro rodas na mão, iniciámos a ventura. O itinerário pré pensado (Milford Sound) cedo se revelou infazivel e vai daí rumámos a Te Anau a 2 horas de caminho de Queenstown.


Lago Manapouri

Uma paisagem diferentemente imponente e esmagadora foi nossa companheira de viagem. De repente deparámo-nos com o Lago Manapouri. Uma extensão de água de 142 quilómetros quadrados inserida no parque Nacional de Fiordland. A partir deste ponto, tudo foi gigante!


Nova Zelândia profunda

Nova Zelândia profunda

A após duas horas de estrada pintada de escuro e gotas cristalinas, chegámos lá. O Te Anau Lake é o maior lago da ilha do sul e a sua extensão alcança os 344 quilómetros quadrados. É o maior lago de água doce da região australásia. Com sol, seguramente a beleza deste lago seria bem diferente. Foi o que se pôde arranjar!

Te Anau Lake


Te Anau Lake


Te Anau Lake

Zangados com o boicote atmosférico regressamos a Queenstown para um merecido descanso e banho de jacuzzi, que aqueceu o corpo e a alma! 


Vista do Hotel

Pela manhã novo destino: Arrowtown. Cidade de prospecção de ouro, foi atracção de muitos em tempos idos na busca de melhor vida e riqueza. Para a história ficaram as casas originais dos chineses, que em condições absolutamente inacreditáveis sobreviviam nesta cidade movidos pelo sonho. Edificada à beira do rio Arrow, mantém nos dias de hoje a traça antiga proporcionando um excelente local de veraneio. 


Arrowtown



Acampamento das populações

Paisagem agreste


Alguém tirou mal as medidas! E não fomos nós!
Sem tempo a perder, regressamos a Queenstown com algumas surpresas pelo caminho. Veados, ovelhas, carneiros e lamas foram criaturas abundantes por estas paragens. 
Nova Zelândia profunda!

Pelos caminhos da nova Zelândia

Veados


Boa carne e excelente lã
Lama cusca!

Já em Queenstown à nossa espera o tradicional cruzeiro pelo lago Wakatipu. Durante uma hora e meia fomos abraçados pela Cordilheira The Remarkables com os seus picos nevados e florestas nativas únicas. Um passeio calmo para descontrair, sem pressas numa paisagem que parou no tempo. 






Um frio de morte!













E já de pés assentes na terra, visitamos a cidade a caminho do teleférico Gondola. Belas imagens como que enquaradas em molduras criadas por Deus. 

Queenstown

Queenstown

Queenstown
E lá do alto .... uma belissima vista.

Queenstown

Queenstown


E completamente ofoscada pela beleza da Nova Zelândia, me despeço com estima e consideração deste território sublime.


Até ao próximo e derradeiro post, desta feita já em terras australianas.


Haere rã 
(adeus)
CSD

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