UM CHEIRINHO A ÁFRICA


Este ano lectivo foi um desafio. Após a chegada a um Portugal diferente, a escola foi uma parte da amalgama de adaptações impostas. Espaço grande, turmas cheias, ambiente selectivo quase a roçar no "snob", exigiu do filho e principalmente de nós, uma atenção e um acompanhamento contínuo. A realidade fez-nos perceber que a informalidade e descontracção moçambicanas tinham ficado lá! A aceitação de um recém chegado nestes meios fez-se devagar e com alguns momentos pouco solidários. Mas conseguiu-se. E depressa se chegou ao fim de um ano lectivo com passagem garantida para outro patamar de responsabilidades e exigências.

Como vem sendo habitual em fim de ano, este liceu já maduro brindou os seus alunos mais pequenos com uma "journée" diferente. Para alguns dos 27 colegas um "dejá vu", para outros a primeira vez e para nós (mãe e filho) um "souvenir" de outras paragens: Badoca Safari Park.


Após quase duas horas de viagem calma e descontraída num autocarro fretado e numa via em tudo diferente dos caminhos outrora por nós percorridos, entrámos num espaço de terra batida. Lembrou-nos de imediato as terras africanas, com um vento revolto e endiabrado, empoeirando-nos até ao tutano!


Grupo de flamingos rosa
Recepção feita, "goûter" tomado, deu-se início à exploração do território. Uma curta caminhada pelo interior dos campos de sobreiros e eucaliptos, por pontes de madeira e borrifos de água, levou-nos a um conjunto de atrelados que puxados por um tractor, nos iniciou no percurso do safari. 








Várias foram as paragens e respectivas explicações num discurso simples e arranjado para os mais pequeno. A proximidade com os animais ditos selvagens foi uma constante e a possibilidade de contacto físico, uma surpresa. A mão humana deu os seus frutos! Devagar devagarinho fomos percorrendo um parque onde a vegetação savanesca outrora nossa conhecida, deu lugar a sobreiros e giestas, ou não estivéssemos no Alentejo!


Impala
Zebras
Zebras, avestruzes, búfalos, impalas, cabras, girafas, dromedários, todos expostos num mesmo espaço convivendo em harmonia e dando o exemplo à raça dita mais inteligente. 










Um pouco mais á frente e isolado dos demais, o espaço dos tigres. Espécie protegida, estes felinos são sempre uma admiração. Roncando para nos saudar, garantiram-nos que a mão humana nestes jamais terá influência.










Dromedários


Seguiu-se, já fora do comboio, uma explicação sobre aquele personagem caricato e adorável: o rei Julian. Aprendemos que estes lémures, traquinas e espertos são fiéis na relação conjugal e solidários na defesa do território e da raça. Outra lição importante para o ser humano.
Ilha de lémures
Tempo de almoço. Das suas mochilas saíram os mais diversos manjares, que apesar de apetitosos, foram comidos à pressa, pois a brincadeira é o alimento preferido.




Depois do show de aves de rapina, onde os voos rasantes de águias, mochos e abutres quase nos intimidaram, seguiu-se outro momento de brincadeira nos vários espaços  infantis criados para promover a imaginação das crianças.  
Abutre de cabeça vermelha
Foram grandes as conquistas e vitórias destes pequenos grandes sonhadores.
















Mais à frente, mas menos interessante para este grupo de alunos, ficava a quintinha. Cavalos, potros, burros, galinhas, cabras e bodes repousavam agradecendo a acalmia da tarde. 


E falhou a ilha dos grandes primatas, que dará o mote para uma próxima visita.

O momento da partida chegou ao bater das 15:30h. Mais cansados mas não menos satisfeitos, estes aventureiros acomudaram-se nos seus assentos, delimitando no interior do autocarro uma linha imaginária entre machos e fêmeas. Mudarão de opinião, mais cedo do que se possa esperar!
    


Obrigado ao Liceu Francês por este passeio de confraternização entre os pais disponíveis, a professora e os seus próprios filhos num ambiente original, genuíno e temático.


CSD 

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