Fomos à bola.
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Estádio cheio
Os campeonatos internacionais têm destas coisas: acendem a chama patriótica, nacionalista, tuga. Equipados a rigor, motivados pelas mensagens nos meios de comunicação, saímos porta fora rumo à festa da bola.
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O Nosso Onze Titular |
São Pedro não estava pelos ajustes e da janela caseira o nevoeiro e a chuva desmotivavam até os mais entusiastas. Mas nós, tugas verdadeiros e fieis destemidos, envergámos os impermeáveis e abrimos caminho rumo ao Estádio da Luz. A festa já se tinha iniciado e entre os gritos de incentivo do João Baião e os sorrisos da Tânia, voavam cachecóis nacionais arremessados plateia dentro. Os artistas sucediam-se e o recinto exterior foi-se enchendo pacificamente. As cores eram as nossas e com bandeiras pintadas na face ou cabelos tricolores, o povo foi-se divertindo e aproveitando as pechinchas oferecidas. A crise não morava ali e as filas eram muitas para se obter as dádivas dos patrocinadores (BES e SAGRES). Entre pipocas e bigodes voadores, entre remates à baliza e carroceis, entre jogos de roleta e ofertas de bandeiras, entre bolas de sabão e saltimbancos, fomos deambulando recinto dentro até perto da hora de entrada.
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Pintura de cabelos |
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Pintura de rosto do filho |
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Pintura de rosto do pai |
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Resultado final |
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As nossas cores |
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Pronta para a festa |
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Ao lado das pipocas |
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Rematando....GOLOOOOOOOOO! |
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Carrossel |
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Bolas de sabão |
Este estádio tanta vezes invadido pelos da águia ao peito, abriu nessa tarde as suas portas para receber toda uma multidão clubista, uma cambada de aficcionados, uma molhada de adeptos e doentes da bola. As famílias eram muitas e a minha lá estava, para testemunhar a festa. Até o sol finalmente apareceu para nos saudar. Os meus leões e eu, dragona assumida, acomudámo-nos o melhor possível nas cadeiras vermelhas e aguardá-mos o início. Os cânticos não se fizeram esperar e todos cantámos o hino nacional. A festa tinha tudo para começar.
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Já dentro do estádio |
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O "V" que não aconteceu! |
E começou a festa, mas não da melhor maneira.
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Formatura das equipas |
Cedo se percebeu que os nossos não estavam inspirados e que os outros também sabiam da poda! A bola passou por lá, algumas vezes, mas não quis entrar. Entre passes falhados, cedências não aproveitadas e desentendimentos constantes, fomos perdendo as oportunidades de marcar. Ao bailarico tuga faltou o "glamour" e a eficácia. É certo que era a feijões, mas o povo quer vitórias e gritou sem parar até que se calou. O primeiro banho dos turcos já lá estava!
Desorganizados, sem discernimento, os nossos atletas iam-se arrastando pelo campo. Mas os turcos continuavam a massajar e a esfoliar sem receios! E nós, lá no alto, fazíamos a onda da motivação, as palmas de incentivo e os gritos de apoio.
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A claque genuína |
"Respeito" lia-se nas bancadas, mas os assobios começaram a aparecer. Finalmente o apito impos-se e nós iniciámos o nosso jantar. Aproveitando as tréguas, entre trincadelas na cenoura e mordidelas na sandes de atum, fomos dançando ao som da música convictos de uma melhor segunda parte.
O apito voltou a soar e nós calamo-nos novamente. O segundo banho turco já lá estava! "Mas o que é isto?!" ouvia-se nas bancadas. Foram feitas substituições, mas a desorientação não deixou fazer melhor.
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Substituição |
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Mais uma tentativa |
O golo do Nani ainda deu alento, mas depois o auto golo, arrasou com o resto da esperança. O povo começou a abandonar as bancadas com o desalento estampado na cara e todos assobiavam em conjunto. Até houve quem apoiasse a Turquia!!!
A desmotivação era grande, dentro e fora do relvado. Até ele, aquele que resolve, não foi capaz de se impor. Parabéns ao carrasco turco! E quando se falham pénaltis, pouco há a esperar.
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Pénalti falhado pelo o homem da esperança. |
No final, o hino cantado para surpresa e motivação da selecção atenuou um pouco a massa associativa, mas o SPA turco estava tomado! Foi mesmo uma banhada!!
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Apoio incondicional |
Os votos daqueles que ordeiramente desciam as escadas do estádio e se encurralavam no túnel da Luz, ainda eram de esperança. "Que as falhas de hoje sejam sucessos amanhã". A ver vamos, mas teremos de mudar!
No final a equipa vitoriosa foi sem dúvida a massa associativa, que enfrentou neste dia 02 Junho nevoeiro, chuva, filas enormes, que não desmotivou ao primeiro, que conseguiu cantar ao segundo e só se calou ao terceiro. Mesmo após o apito final, cantou com o coração o nosso hino e acreditou que vai ser diferente, lá onde os Czares fizeram história.
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A festa foi boa. |
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Todos ganhámos com esta experiência. |
E este será seguramente o primeiro dos meus relatos, pois o EUROPEU vai dar que falar.
CSD
Amiga,Já tinha saudades das tuas crónicas!Venho sempre aqui para saber notícias.
ResponderEliminarBem, estavam 'chiques' de doer como se diz por estas bandas. Em breve estarei em Portugal, e ligo-te. Beijinhos da Terra dos Sorrisos.
Obrigada. Também ando atenta às Crónicas de Moçambique e deixo as minhas larachas!!
ResponderEliminarUm beijinho grande de muita saudade. Quando chegares, liga. Adoraremos estar novamente convosco. Beijinhos a todos.
Amiga,
ResponderEliminarAqui não iremos ver os jogos em directo devido à diferença horária, mas como tugas que somos vamos torcer pela selecção.
Se passarmos à 2ª fase prometemos acordar de madrugada para ver algum jogo mais emocionante.
Beijinhos do fim do mundo.