"Vontade de bem fazer"
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Navio Escola Sagres |
Com mastros nus e de velas guardadas, meio adormecido com o nublado do dia, repousava o mais bonito navio português: Navio Escola Sagres.
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Infante D. Henrique, a figura de proa |
Nascida em 1937 e irmã de três navios alemães, a nossa Sagres tornou-se nossa a 8 de Fevereiro de 1962. Concebida e fabricada na Alemanha, foi americana, foi depois brasileira e mais tarde portuguesa. Nasceu como Albert Leo Schlageter e eternizou-se como Sagres.
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Entrada no porto de Lisboa pela 1ª vez (1962) |
Indiferente ninguém fica e prontas a explorar este pequeno mundo de homens, um grupo de senhoras embaixatrizes e não só, irrompeu numa manhã de Março neste navio-escola. Esta visita, organizada uma vez mais pela Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses, serviu para agradecer a todos os que contribuíram para o Bazar do Corpo Diplomático.
Recebidas por uma tripulação de jovens cadetes, foram as senhoras desbravando o interior deste Embaixador guiadas pelo Sr. Comandante Sardinha Monteiro, que amavelmente se disponibilizou a responder e a esclarecer todas as nossas dúvidas.
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Mastro |
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Convés |
A presença do grande navegador Infante D. Henrique, a Cruz de Cristo hasteada nas velas, o lema da armada portuguesa, e toda a história retratada em pinturas a óleo e pratas, não deixaram indiferentes nem as estrangeiras e muito menos as nacionais.
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Infante D. Henrique, impulsionador da Expansão e Descobrimentos |
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Leme com o lema da Sagres |
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Frase do nosso poeta Luiz Vaz de Camões |
Em cada recanto deste navio sente-se história e as 600.000 milhas já percorridas ao longo destes 50 anos, são a nossa história. Representam o equivalente a 27 voltas ao mundo, as quais deram a conhecer o brio e o orgulho de Portugal.
Com uma amabilidade inesgotável o Sr. Comandante Sardinha Monteiro conduziu-nos numa visita guiada ao interior do Navio Escola, passando pelos seus próprios aposentos e pela cozinha, que exalava um delicioso cheiro a carne e porco à alentejana.
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Ricas amêijoas! |
Dois cozinheiros empreendiam a árdua tarefa de alimentar 128 homens!! E somente estes pois estava atracada, em alto mar chegam a ser 250 bocas! Segundo o cadete que nos acompanhou, a quinta feira é conhecida por ser o dia dos três "Bs": bife, batata e bolo.
E a manhã foi avançando candidamente, subindo e descendo as escadas concebidas para homens e com o sol a sorrir por vezes com as curiosidades destas senhoras. E foram muitos os conhecimentos transmitidos: "Jaques" sempre à proa e bandeira à poupa desde que atracado, 2 ancoras que demoram perto de uma hora para serem recolhidas, sino que toca a cada meia hora sempre e só em navegação, cuja função é marcar o tempo para a mudança de turnos. Ficámos a saber que em terra é proibido fazer-se tocar sob pena do pagamento de uma cerveja a toda a tripulação!
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Sino |
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Canhão |
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Placa comemorativa dos 50 anos ao serviço da Nação Portuguesa |
Uma das curiosidades esclarecidas foi a falta de um quadradinho na placa comemorativa dos 50 anos da Sagres. Por iniciativa deste comandante foi propositadamente cortado um quadrado para ser dividido por quantos compõem ou compuseram a tripulação desde navio escola. Assim todos sentem que foram parte integrante deste orgulho nacional.
No final da visita fomos contempladas com um pequeno lanche e uma amável lembrança em jeito de cd: Rão Kyao "Porto Interior", simbolizando assim a conivência entre povos, no fundo também ela uma vertente da Sagres.
E pronto, voltámos no autocarro da marinha até a ponto de partida, outro local fascinante e também histórico: Belém.
CSD
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