A esperança da ciência.
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A simplicidade de um visionário |
Investigação é o que se faz, tratamentos também, mas é a alma que se deslumbra com tamanho edifício e simbolismo. António Chamopalimaud teve o sonho e deixou o maior alicerce para se edificar. Com as estruturas orçamentais disponíveis foi contratado o arquitecto goês Charlres Corrêa e a obra nasceu em dois anos. A maqueta bem no meio do sumpuoso hall de entrada é o testemunho do sonho realizado.
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Fundação Champalimaud |
Este duplo edifício foi projectado com rigor e ao mesmo tempo simplicidade. Toda a sua orientação se faz para o rio e a água aparece como que por magia. O caminhar possível conduz-nos para o desconhecido, e é esse mesmo desconhecido que se tenta decifrar paredes dentro.
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Caminhando para o desconhecido |
A entrada é luminosidade, luz para os olhos e descanso para o sentimento. Bem sentados nas poltronas de repouso somos impelidos a olhar, através das grandes vidraças, para uma mancha verde lá em baixo, organizada e cuja beleza quase nos garante dias melhores. Descendo a rampa preparada para os menos ágeis, passamos as portas de vidro e damos assim entrada no jardim interior a céu aberto. Cada planta, cada canteiro, cada passeio, cada árvore foram semeadas com simbolismo e com uma única função: aliviar psicologicamente quem sofre. Ser doente já é um fardo mas sabido é que a natureza e o sol integram parte da cura. Absorvendo os odores florais, a maresia e sentindo na pele a força directa da vitamina D, preparam-se os doentes para mais uma sessão de tratamentos dolorosos e para mais um passo no caminho da vida.
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Jardins interiores |
Guiadas pela atenciosa e muito competente Dra Maria João Villas Boas, foram as senhores embaixatrizes e não só, passeando fundação dentro em mais uma visita de conhecimento e descoberta organizada pela Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses. Deixando para trás a parte de lazer, entrámos no cerne do estudo e no objectivo principal da fundação: a qualidade da vida.
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Espaço exterior |
O desenvolvimento de programas avançados de investigação e inovação tecnológica representam o grande desafio. Laboratórios imensos, cheios de pesquisas, soluções, preparados químicos e grandes génios que dedicam horas ilimitadas ao estudo das falhas do ser humano. São equipas de mestres que se revezam, se estudam, se comunicam em busca de uma solução para a cura. A par deste mundo existe um outro, o da doença. Seres humanos a quem o destino entregou uma missiva menos sorridente, entregam-se eles próprios aos cuidados daquelas máquinas de última geração e esperam o tempo preciso vislumbrando o rio. São as janelas ovais que encaminham o nosso olhar para o sítio certo, aquele que Deus pensou para ali e cujo arquitecto emoldurou para a eternidade. Dentro ou fora da fundação estes espaços multiplicam-se para alivio de quem sofre e de quem vê sofrer.
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Jardins interiores |
Com uma dinâmica planeada, a interacção daquele edifício faz-se silenciosamente entre quem sofre e quem cura. As janelas e as varandas envidraçadas permitem aos cientistas verem no sol a energia necessária para a pesquisa e no doente que entra o destinatário para a cura. A motivação de quem ali trabalha é a maior e somente os melhores resistem. Felizmente para Portugal já há cientistas nacionais embrenhados nestas pesquisas. E também para as crianças existe um espaço chamado "Champimóvel" o qual utilizando uma linguagem acessível e o meio virtual, lhes mostra o corpo humano e lhes aguça a curiosidade. Itinerante, leva a ciência às escolas por toda a península ibérica.
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Champimóvel itinerante |
Por fim, reunimo-nos para uma explicação final no espaçoso auditório. Como que enquadrada naturalmente numa das janelas criadas, a Torre de Belém saúda-nos lembrando que conquistas houve, muitas, mas a maior da vida é a saúde.
CSD
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