FRESCURA DE JULHO
Anoitece cedo, neste inverno traiçoeiro.
Deste lado do mundo, Julho não é verão.
A escuridão súbita desce cedo, quase sem aviso, e a luz do lanche já é artificial.
As ruas brilhantes alumiam os caminhos daqueles que regressam a casa.
As peles desnudadas arrepiam-se com os ventos mais frescos.
As acácias fecham-se, preparando-se para dormir numa noite fresca e parca em humidade.
A aragem entre portas, refresca em demasia estas casas talhadas para verão.
As mantas saem dos armários e tornam-se apetecíveis.
Pela manhã, as roupas que cobrem os primeiros corpos madrugadores são um misto de leve e pesado.
Gorros de lã na cabeça, camisas frescas junto ao corpo e escondidas por blusões polares, capulanas enroladas mimando os ombros, calças finas e leves mais os chinelos no pé, fazem desta indumentária a moda possível.
Mas o sol deste inverno é quente e envolve progressivamente os corpos deambulantes.
Despertando os seus raios, este sol vai abraçando e aquecendo numa lanzeira contagiante.
Gorros e blusões são despidos e sente-se novamente verão.
Mas os ventos que se levantam ao entardecer lembram-nos que verão não é não.
Cruzam-se os braços, encolhem-se as costas, juntam-se as pernas, massaga-se o corpo, arrepia-se a pele.
Está fresco e é inverno.
CSD
Aqui,apesar de ser verão,não está muito melhor...
ResponderEliminarnevoeiro,chuva e vento é o que temos.
Abraço
MATS