CAPE TOWN – ÁFRICA DO SUL
Campanário da Câmara Municipal de Cape Town |
Maqueta da Cidade do Cabo até ao Cabo da Boa Esperança |
O voo do dia 28 de Dezembro foi directo e durou 2h40 minutos. Ainda no ar mas já em fase de descida, pudemos constatar que algo de diferente se erguia no solo. Esta África é moderna, organizada, limpa e branca.
O aeroporto é enorme e representa o primeiro banho de civilização. Com um sistema de transportes organizado chegámos ao nosso aparthotel: Circa on the Square na zona de Foreshore. Foi neste moderno e funcional apartamento que ficámos as 5 noites seguintes.
Nesta península há muito para ver e as escolhas têm de ser bem geridas pois os contratempos e as enchentes são uma realidade e afectam o nosso plano pré definido. Nós, fomos vitimas disso mesmo.
Comecemos pela cidade em si mesma: A Cidade do Cabo é bela e respira turismo. Este ninho cultural rodeado de montanhas imponentes e praias soberbas fazem as delicias de todas as raças e cores. A harmonia entre o que a natureza deu e o homem fez, é evidente. Toda a arquitectura da cidade é bela, e as avenidas bem esgalhadas proporcionam passeios deslumbrantes. Quer no litoral ou mais para o interior da cidade a organização mantém-se, o que não deixa de ser surpreendente.
Baía de Victoria |
Já instalados partimos para “V&A Waterfront”.
Aqui está o coração da Cidade do Cabo. Esta baia transformada em marina alberga veleiros, barcos de turismo, e até fragatas de guerra. Apartamentos e hotéis de bom gosto não faltam e o centro comercial Victoria Wharf faz as delicias dos consumidores. Há toda uma variedade de restaurantes e atracções turísticas e a música de rua é uma constante. A animação não tem hora. Esta doca tem vida e faz-nos esquecer que estamos em África.
V&A Waterfront |
V&A Waterfront |
O outro lado de Waterfront |
Clock Tower |
Cavalos marinhos no Two Oceans Aquarium |
O tema deste aquário varia entre os dois grandes oceanos que abraçam esta terra: o Índico e o Atlântico. 3.000 variedades de criaturas marinhas, um recinto cheio de pinguins e um tanque gigante com os sempre admiráveis tubarões, ocuparam-nos durante uma manhã.
O terceiro ponto de interesse foi o “Castle of Good Hope”.
A mais velha e curiosa estrutura colonial da África do Sul data de 1666. O seu aspecto pentagonal foi uma das grandes invenções da época e utilizado doravante. Castle of Good Hope |
Castelo com a Lion's Head ao fundo |
Outra vista do castelo |
A colecção de William Fehr em exibição apresenta-nos pinturas do mestre Thomas Baines, bem como mobiliário de estilo, peças de vidro e de metal e peças em cerâmica. O Museu Militar também é digno de uma visita. Aí podemos ter uma percepção das armas e uniformes militares usados durante a ocupação da Cidade do Cabo pela Companhia Holandesa da Índia Oriental (VOC) e pelos Ingleses.
É um espaço muito agradável e bem preservado com grandes relvados verdes e, já fora das muralhas, os fossos competem com a vista soberba da Table Mountain.
Nas imediações do Castelo podemos ver o majestoso edifício da Câmara Municipal. Foi da varanda principal que Nelson Mandela, após a sua libertação, disse as palavras mundialmente famosas:
"Amigos, Camaradas e Cidadãos sul africanos. Eu saúdo-vos em nome da paz, da democracia e da liberdade para todos".
Nas imediações do Castelo podemos ver o majestoso edifício da Câmara Municipal. Foi da varanda principal que Nelson Mandela, após a sua libertação, disse as palavras mundialmente famosas:
"Amigos, Camaradas e Cidadãos sul africanos. Eu saúdo-vos em nome da paz, da democracia e da liberdade para todos".
Câmara Municipal de Cape Town |
O segundo dia foi destinado à "Roben Island".
Uma viagem de barco de perto de 20 minutos que nos transporta à história.
Esta “Ilha da Foca”, como foi designada pelos holandeses, tem uma história pesada. Desde o século XVII que esta ilha alberga prisioneiros políticos e não só. Mas foi em 1991 aquando de libertação dos últimos prisioneiros, entre os quais o famoso Nelson Mandela, que a ilha ganhou notoriedade e um lugar na história para todo o sempre. Foram 28 anos em que este homem se viu privado de liberdade.
Barco que faz a travessia até à Roben Island |
Vista da Ilha com a Table Mountain em fundo |
Para ele foram só 5 anos de tortura mas não é o ódio que se sente na sua voz. É sim um sentimento de impotência, de revolta, por todo o tempo em que esteve privado da luta e da ajuda à libertação da África do Sul. Hoje a ilha é um museu, um paraíso para a andorinha do mar Cáspio e para o pinguim Jackass. Este património ecológico e histórico será sempre uma lembrança de como a liberdade é um bem precioso.
Outro ponto de interesse foram "The Winelands" em Stellenbosh.
Apesar da beleza indiscutível destas vinhas protegidas pelas montanhas imponentes, nunca esta paisagem poderá beliscar a grandiosidade de um Douro. Para quem tem raízes nortenhas, terá de concordar que a vastidão das vinhas que galgam os socalcos mais o serpentear do rio Douro, serão difíceis de suplantar.
Durante 3 horas o nosso guia Nielsen conduziu-nos em estrada boa por entre quintas e vinhedos, onde vinhas e animais selvagens convivem em harmonia. Estas quintas são pontos de paragem para quem gosta de experimentar vinhos e queijos.
A pequena cidade de Stellenbosh é uma agradável surpresa não só pelas influências francesa e holandesa visíveis nos seus edifícios, bem como pela riqueza que os seus habitantes ostentam. Em poucos metros pudemos ver 4 Ferraris estacionados na berma! Outro ponto de interesse desta cidade universitária, não pela beleza mas sim pela originalidade, é uma loja de nome Oom Samie Se Winkel. Paragem obrigatória para sentirmos cheiros e vermos muitos artigos novos misturados com usados em jeito de “brocante” à moda dos holandeses e belgas.
Resumindo, é um passeio bonito que nos enche a vista mas não a alma.
O terceiro dia foi passado na "Cidade do Cabo".
Utilizando o serviço Hop On - Hop Off fomos, a cada quilometro, ficando com a ideia da Cidade.
Apeadeiro obrigatório foi em "Camps Bay".
Marginal de Camps Bay |
Praia de Camps Bay |
No quarto dia fomos ao “Cape of Good Hope”
Todo o trajecto é feito pela península. O nosso guia Pieters conduziu-nos por estrada sempre com o mar de um lado e as montanhas do outro. O tempo não estava amigo e choveu grande parte da viagem.
"Boulders" foi a primeira paragem e a grande colónia de pinguins lá estava para ser apreciada.
Quilometro após quilometro lá nos fomos aproximando do grande feito de um português. Chegados lá onde muitas almas se finaram, subimos no teleférico até ao farol.
O dia estava feio e o nevoeiro não nos permitiu ver o que de mais belo aquelas paragens têm. Visto o possível descemos até lá, onde o mar foi vencido por um português. Bartolomeu Dias e Vasco da Gama, esses grandes navegadores foram os primeiros a conseguirem ludibriar as águas revoltas do oceano Atlântico e mostrar-se ao outro lado da cadeia de montanhas da península. As cruzes erguidas na encosta de Bartolomeu Dias e de Vasco da Gama, perpetuam os nossos feitos para a eternidade.
As avestruzes e os babuínos também por lá proliferam, mostrando ao mundo que, aquele espaço aparentemente inóspito, é habitável.
O destino seguinte foi Chapman's Peak e o Porto de Hout Bay. Esta grande baia é magnifica e a pequena aldeia piscatória que a acolhe é pitoresca.
De lá e após almoço partimos no barco Calypso para ver outra grande colónia de animais. Desta vez dezenas de Focas do Cabo, que empoleiradas nas rochas da Ilha Duiker, aqueciam as suas toneladas de gordura. Assim se preparavam para os apenas 5ºC de temperatura da água atlântica. Não nos podemos esquecer que o pólo sul fica a apenas 4000 quilómetros dali.
Esta cadeia de montanhas esteve, durante os três primeiros dias da nossa visita, encerrada ao público devido aos ventos fortes e à persistente toalha de nuvens que tudo ofusca. Quando, num dos dias houve melhoria, rumámos ao céu, mas após termos estado na fila, foi anunciado que uma vez mais seria encerrada devido às alterações climáticas. Ficámos por isso e unicamente à porta de uma das maiores belezas naturais do mundo. Mesmo assim, a vista que se obtém é soberba, embora possamos imaginar como seria lá, quase à beira de Deus. Quem sabe numa próxima visita.
Já que a real vista nos foi usurpada, decidimos subir à "CapeWheel". Desta magnifica roda alemã podemos observar todos os pontos de Waterfront, da Baía de Victoria e da Cidade. A "Lion's Head", os "Doze Apóstolos" e "The Lazy Man's Dog" ficam mais perto e mais verdadeiros.
E a passagem de ano?
Esta foi, como seria de calcular, passada no berço da folia da Cidade do Cabo, em Waterfront, com uma família de amigos portugueses que a nós se juntou. Apesar do fogo de artificio não ter sido espectacular, valeu pela grande companhia e por ser um local soberbo.
Esta foi, como seria de calcular, passada no berço da folia da Cidade do Cabo, em Waterfront, com uma família de amigos portugueses que a nós se juntou. Apesar do fogo de artificio não ter sido espectacular, valeu pela grande companhia e por ser um local soberbo.
Passagem de ano em Waterfront - CapeWheel |
E ao sexto dia, chegou o regresso a Maputo.
Trazemos na bagagem um banho de civilização e a consciência de que a África pode ser diferente. Vimos coisas belas e sentimos a passagem dos três grandes Portugueses, mas o sentimento de frustração em relação ao Cabo e à Table Mountain é algo presente. Quem sabe numa próxima oportunidade poderemos pisar o céu.
CSD
Pois bem:inicias 2011 com a alma cheia e recordações perpétuas.
ResponderEliminarBom ano e o abraço da ADRI
Isto sim é uma reportagem, ficamos desde logo com uma vontade imensa de visitar todas esta paragens soberbas, cheias de história....e coisas bonitas, só não fiquei muito entusiasmado com a temperatura da agua......!!!!
ResponderEliminarbeijos grandes para toda a familia...