"BATMANIA", MAIS CONHECIDA POR MELBOURNE.



Melbourne by night

Decorria o ano de 1835. John Batman, um agricultor da Tasmânia com veia de navegador e muita ambição, inicia uma expedição que o leva à Baía de Port Phillip. Um rio navegável e condições excelentes para estabelecer uma cidade foram as alegres conclusões de Batman. "This will be the place for a village" é a frase que consta da carta foral da cidade de Melbourne. Ocupada pelos aborígenes da tribo Wurundjeri, decide i
niciar de imediato negociações com os líderes para a compra de terras, regressando à Tasmânia para preparar a expedição final. Ideia semelhante de conquista de novos territórios teve Fawkner, um "convict" britânico, à época empresário de sucesso estabelecido em Lauceston (Tasmânia). Ambos chegaram a Port Phillip com um mês de intervalo. Primeiro Fawkner, depois Batman. Terra não faltava e apesar de Batman se sentir ultrapassado e traído nos seus sonhos, ambos concordaram em dividir a mesma terra e assim estabeleceram-se na nova cidade. 

Batmania viveu dois grandes períodos que a catapultaram para o mundo. A procura de ouro em 1850 que encheu de riqueza e fausto a cidade proporcionando um crescimento fulgurante e, o incentivo à imigração dado pelo governo após a Segunda Grande Guerra, na esperança de repovoamento deste imenso continente. Os Jogos Olímpicos de Verão de 1956 colocaram-na no mapa das maiores cidades do mundo com melhor qualidade de vida.   




Conhecida por Batmania, Bearbrass, Bareport, Barehup, Barehurp ou Bareberp, tornou-se definitivamente Melbourne em 1837, por vontade do Governador Sir Richard Bourke em homenagem ao primeiro ministro britânico da época William Lamb, então II Visconde Melbourne. Bem haja!

E foi para conhecer Melbourne que deixámos Sydney. O voo é curto e a cidade uma surpresa. Chegámos em véspera de ano novo e fervilhava de vida, de alegria, de gente gira e original. Escolhemos o melhor sítio no Queen Victoria Gardens e esperámos pelas badaladas. 14 toneladas de fogo e a promessa do maior e melhor fogo de artificio na história da Austrália criaram em nós uma certa ansiedde, confesso!

Manda a nossa tradição (tuga!) ter uma peça azul vestida, uma nota numa mão, na outra as 12 passas mais o copo de champanhe. Ora bem.... azul sim, a nota estava no bolso, as passas foram difíceis de encontrar, o álcool é proibido e badaladas, nem vê-las! Como o fogo de artificio de Melbourne é disperso pelos 22 grandes edifícios da cidade, obriga-nos a uma ginástica de pescoço pouco habitual nestas alturas. Assim sendo ... à última badalada a solução foi engolir todas as passas, rodar freneticamente o pescoço para não perder pitada, fotografar o possível e desejar depressa tudo de bom! Beijos e abraços muitos, e esperança no novo ano. VIVA 2018!      







Feliz 2018 para todos!
Festa feita, sono reparador, iniciámos a exploração da cidade no primeiro dia de 2018. 
Melbourne é cosmopolita e vanguardista. A ligação entre o seu passado e o futuro não choca e faz da cidade uma amalgama arquitetónica engraçada. Apanhámos o elétrico turístico 35 que faz o City Circle e é gratuito! Fizemos a volta à cidade para as primeiras impressões. Da Federation Square até à Docklands é um desfolhar de paisagens e edifícios muito interessantes.


Federation Square - Estação Central

O antigo e o moderno


O antigo e o moderno


Yarra River e a arquitectura moderna


CBD à vista


À tarde, o já habitual Walking Tour de 2:30h com guia. Por ruas e ruelas escondidas fomos descobrindo uma Melbourne pitoresca carregada de jardins fabulosos, de arte de rua e monumentos históricos singulares.


Relógio floral no Queen Victoria Gardens


Shrine of Rememberence no Royal Botanic Gardens


Vista da cidade. Shrine of Rememberence

Arte de rua - Rapaz Aborígene

Outra perspetiva da cidade foi-nos dada pelo cruzeiro no Yarra River. Num programa combinado de duas horas, navegámos desde o River Gardens até Ports & Docklands. A cidade moderna e altaneira ergue-se nas margens deste calmo rio que serpenteia Melbourne. 



Yarra River

CBD

Melbourne Park


Edifício Eureka em destaque

Mas perspetivas da cidade não faltam!. A The Star, única roda gigante de observação no hemisfério sul oferece-nos paisagens de 360 graus a 120 metros de altura. São 21 cabines que nos levam ao "topo do mundo" em 30 minutos. Dizem eles! 


Outra experiência obrigatória é o Eureka Tower com o seu famoso Skydeck. "Eureka" foi o nome escolhido em forma de homenagem aos mineiros de Victoria. Tem 297 metros de altura, 52.000 metros quadrados de janelas de vidro e as janelas dos 10 pisos superiores estão banhadas a ouro de 24 quilates! Chamam-lhe o miradouro mais alto do hemisfério sul. E nós, temos uma vista áurea de 360 graus sobre a cidade!


The Star
The Star - vista da cidade




The Star - vista da cidade

Eureka - vista da cidade

Zen na Eureka!


Eureka - vista da cidade

De volta à terra, perdemo-nos por mais ruas e recantos desta cidade criativa, bem organizada e funcional. E também pela praia! St Kilda Beach é uma praia de areia branca, situada entre a Marina e a Harbour. Apesar do ar calmo das suas águas, tem ventania, correntes, fundões, e objectos perigosos subterrados. Bichos também haverá ou não estivéssemos nós na Austrália!  



Praia de St Kilda

Num dia de 42 graus seria o primeiro chamamento, mas havia mais para explorar. E assim descobrimos a Cooks' Cottage, casa dos pais de James Cook. Nada teria de relevante não fosse o facto de ter sido construída em Inglaterra em 1755, embarcada num navio e re-erguida nos jardins de Fitzroy em 1934. É o edifício mais antigo da Austrália.  



Cook's Cottage
Seguiram-se a Shrine of Rememberence, um memorial aos combatentes australianos que pereceram nas duas grandes guerras e as Catedrais de St. Paul, anglicana e St. Patrick, católica.

Shrine of Remembrance

Interior da Shrine

Catedral de St. Paul
Interior da Catedral de St. Paul



Catedral de St. Patrick

Interior da Catedral de St. Patrick
O Parlamento também não podia falhar. Numa visita conduzida por um guia com postura de rei, embrenhámos nas histórias constitucionais e políticas de uma Austrália que venera cegamente a Rainha de Inglaterra. O edifício é majestoso e o interior opulento. Ouro e mais ouro pintam os tectos e os ornamentos, levando-nos a um passado de ostentação e luxuria.

Parlamento de Melbourne


The Legislative Council Chamber 
Na Old Melbourne Gaol fomos prisioneiros por umas horas. Sob a acusação de "comportamento violento e conduta imprópria" fui levada para os calabouços deste edifício controverso e hoje desactivado. Mas não fui sozinha! Confesso que achei graça.

Prisão de Melbourne

Presidiários 
O Museu de Melbourne fechou com chave de ouro este périplo pela cultura da cidade e da Austrália. Do passado ancestral ao futuro longínquo, este museu expõe uma colecção interessantíssima. 


Sala de animais embalsamados representando os vários continentes

O pior pesadelo!
As transformações do mundo a 100 milhões de anos



O desporto, essa atividade tão apreciada pelos australianos também foi alvo de visita. O estádio do MGC, os campos de ténis do Australia Open, o estádio do Ethiad e o circuito do Grande Prémio de Formula 1 da Austrália também figuraram nos nossos passeios.

Melbourn Cricket Ground

Circuito do Grande Prémio da Austrália em Formula 1
Para terminar em beleza, uma visita ao Icebar, único na Austrália. Uma experiência ártica a menos 10 graus que fez as delícias do mais novo. Monidos de capas de neve e luvas penetrámos num mundo de gelo sob o espírito de Game of Thrones! Tudo é feito em e de gelo, até os copos dos deliciosos cocktails! Bebendo e dançando aguentámos perto de 20 minutos. Tempo suficiente para sair maravilhado!



Icebar de Melbourne


A rivalidade entre Melbourne e Sydney é antiga e perceptível a olho nú!. De 1901 a 1927 Melbourne superou Sydney e tornou-se a capital temporária e sede do governo australiano. Melbourne tenta sempre fazer mais e melhor, acolher todos os eventos internacionais, estar na vanguarda de todos os acontecimentos. E sabe vender-se; adjectivos como "amazing", "unbelievable", "beautiful", "great", "astonishing", "stunning", "fastastic", "unique", "remarkable" são sinónimos de Melbourne. Melbourne é "the best"! Confesso que também gosto muito de Sydney!

Tempo houve ainda para um encontro casual com a nossa bandeira nacional que hasteada, lembrava ao mundo um dos portos mais bonitos da Volvo Ocean Race; Lisboa! 

A mais linda do mundo!
A cidade de Melbourne ficou vista e Victoria "is the place to be" por 10 dias!
Tempo houve para fazer a famosa Great Ocean Road e visitar a Phillip Island, destinos que serão reportados num próximo post. Aguardem que valerá seguramente a pena!

CSD

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