PORTUGAL, MINHA TERRA
Parque Eduardo VII em Lisboa |
D. João de Castro levantou voo e com lotação esgotada subiu aos céus rugindo os seus motores num adeus sentido a Moçambique. A grande cidade ficou indiferente mas as palmeiras acenavam os seus ramos, querendo despedir-se. O que outrora parecia vida, ia perdendo agora todo o encanto. E eu, olhando pela janela deixei escapar uma lágrima minha que disse adeus a África.
Dentro daquele espaço agora envolto num manto de nuvens brancas, os pensamentos de locais, emigrantes, expatriados e turistas, voavam também em direcção a outras paragens. De férias, a trabalho, em missão, ou simplesmente mudando de vida, todos preparavam corpo e alma para a longa jornada que se iniciava. E eu, conformada com a longa espera, ansiava já pela minha terra, pelo meu Portugal.
A chegada foi igual a todas as outras. Esperava-me de braços abertos uma Lisboa solarenga, dinâmica e cheia de turistas deslumbrados com a minha capital. E esta cheira ainda melhor quando se chega para ficar. E que bom que foi chegar à minha casa, ao meu verdadeiro ninho! Olhando pela minha varanda percebi que o sol estava lá e a vista de mar também. As acácias foram substituídas pelos pinheiros e oliveiras e as gentes essas, sempre acolhedoras e eficientes. Afinal, é bom estar em Portugal!
Deixei um Moçambique igual ao que me acolheu. Não impus a minha marca mas o que vivi, marcar-me-à para o resto da vida. E é assim que tem de ser quando o que foi, já não é nosso. Viro, por isso, uma página da vida sem mágoa ou nostalgia. E ao chegar, encontro um Portugal também ele a tentar mudar e sinto profundamente que agora, é aqui o meu lugar.
Aos meus leitores e seguidores prometo continuar a contar as minhas vivências, desta feita em terras lusas. Ou outras, quem sabe!?
CSD
"E eu prometo continuar a lêr as tuas vivências..."
ResponderEliminarBjs
MATS
Iremos sentir falta das "novas" de Moçambique. Continue a escrever que os seus leitores vão decerto acompanhá-la. Parabéns e bem vinda à Pátria.
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