FALTA POUCO PRA QUASE!

Eles madrugaram e com calma, muita calma, aquela calma moçambicana, lá vão no serviço. Bem grifados com as roupas do job, entraram porta dentro, carregados. Traziam nos braços caixas de vários tamanhos, cartões e papeis. Sem convicção e com gestos mecânicos, despojaram-se dos casacos que tapam o frio. Entrando devagar, traziam aquela cara do estou a vir e do hei-de fazer, e começaram a tomar conta do espaço. Quatro eram os homens destinados a embalar.  Não é um job que gramem maningue, mas lá se prepararam para fazer o mesmo de todos os dias. Os cartões outrora espalmados começavam a ganhar formas. E de fita auto colante sempre à mão, cintavam, apertavam, modelavam cada cartão, fazendo nascer uma caixa. As tralhas que compuseram os nossos dois anos de África começaram a desaparecer dos seus locais de exposição. Sem estima ou nostalgia, os nossos haveres foram abafados em papel e encafuados em caixas.  A manhã foi passada entre o rostilhar do papel e o arrastar do cartão. Djobaram até àquela hora das doze. A tacha foi acompanhada por uma escura, oferta da casa!. Sem mafiar, também a tarde foi bizi, e após ultimarem as tarefas, chegava a hora de bazar.  A casa ficou cheia de volumes à espera de transporte para outras terras. E eles, estilando com jinga, lá foram porta fora, rumando às damas e preparados para enjoya laifa.

E isto, foi taipado no computador!

CSD

Comentários

  1. "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,mas na intensidade com que acontecem.Por isso existem momentos inesquecíveis,coisas inesquecíveis e pessoas incomparáveis."Fernando Pessoa

    Um abração.
    MATS

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