PISCINA OU PRESIDENCIAIS?


Também nós, cá longe tivemos voto na matéria.

O dia estava solarengo, abafado e quando assim é, a piscina é o destino. 35ºC e uma água calda, impelia-nos para o rectângulo azul. Fora dele, o bafo quente deste Janeiro incerto, mas lá dentro, o refrescar até da alma. As brincadeiras afastavam-nos das obrigações eleitorais e de cidadania (palavra vencedora neste sufrágio). Mas porquê a "não vontade de votar"?

A realidade, sobejamente falada e sentida, não é das melhores, nem dentro nem fora de Portugal.
- Dentro, é o discurso terrivelmente negativo a roçar no fúnebre, de um povo sem esperança nem ambição.
- Fora, sentem-se as consequências dos cortes nos abonos e subsídios, que nos fazem ponderar se vale a pena ser funcionário público português. Representar cá fora um Portugal só para alguns???
Ainda se a "catana" portuguesa cortasse a direito, se a justiça fosse realmente cega, se o aperto fosse de facto obrigatório para todos, se as cabeças governantes tivessem um só peso e uma só medida e coragem para acabar com o supérfluo ....  Mas sabemos, e lemos, e ouvimos, e vemos e sentimos e vivemos que assim não é.
Qual seria o sinónimo mais apropriado para descrever isto? Descalabro? Pouca vergonha? Inconcebível? Não sei. São pouco fortes estes sinónimos explicados pelo dicionário de língua portuguesa. Pode ser que com o novo acordo ortográfico, que integra palavras estrangeiras, tira "pés" e "cês" e reforça "eres" tenha uma, só uma nova palavra que retrate esta corja!  Os brasileiros costumam ser bons nisto de apelidar situações!. Aguardemos.

Bom, mas e após o ligeiro almoço "piscineiro" foi o clima, sim o tempo, o vento, as nuvens moçambicanas que nos lembraram a nossa nacionalidade e nos encaminharam ao voto. Desagradável se tornou este dia de piscina, e partimos. Afinal, refilar, protestar, clamar sem votar, não dá. E lá fomos nós ao solo português, ao consulado de Portugal para exercer aquele voto e aquele direito de que muitos em Portugal ficaram privados de o fazer. Até nisto estamos a falhar!

Á noitinha, seguindo a RTP Internacional, levámos com um banho tecnológico, último grito em sondagens, gráficos, previsões, projecções, prognósticos, avaliações, comentários e a gabarolice habitual das três corujas que mandam no serviço publico português: J R Santos, J A Carvalho e J Sousa. Foi um sem número de "flashes" e cores que entraram pela nossa casa, dando afinal uma imagem de um Portugal muito à frente. E o vencedor é? Até pareciam os Óscares, só que o vencedor é sobejamente conhecido,  já está batido nisto, sabe muito, tem muito traquejo e ao invés de levantar a estátua, desfraldou a bandeira mais linda do mundo, com promessas de intervenção mais activa na vida pública. Ele é duro e duros se avizinham os próximos meses. Para ele, para o nosso primeiro e para o povo.

Que Deus ajude Portugal, pois pequenos já somos, mas insignificantes não queremos ser. Temos de honrar aqueles heróis, que com a sua coragem e ambição, deram nome a PORTUGAL.

CSD

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